CONSUMO. Estudo revela perfil e hábitos de consumo de clientes angolanos em quatro sectores. Telecomunicações, televisão, retalho e banca passam pelo crivo dos consumidores, com várias notas de desaprovação.

Um estudo de mercado elaborado pela Ucall, através da sua subsidiária Mira, coloca o sector das telecomunicações entre os piores registos, na prestação de serviços, num pacote que junta outras três áreas de actividade, definidas pela pesquisa e comentadas pelos consumidores, nomeadamente retalho, banca e televisão.

Os resultados do inquérito, que incluiu mais de 80 questões e se estendeu a mais de 20 mil utentes espalhados pelo país, 10 mil dos quais validados, apontam que, pelo menos, 11,2% dos angolanos contestam a qualidade dos serviços da Movicel, ao passo que, no caso da Unitel, a desaprovação dos consumidores queda para os 5,5%.

Para o caso da Unitel, o principal motivo de descontentamento está relacionado com a tarifa elevada, a ausência de promoções, além do atendimento e activação de serviços pela operadora sem autorização do cliente. Na Movicel, os inqueridos destacaram a falta de funcionamento do ‘call center’ (um número significativo de utentes diz nunca ter sido atendido), a má qualidade da rede, o mau atendimento, a lentidão da internet, além da má taxação.

Intitulado ‘Estudo de Mercado: o Consumidor Angolano’, o inquérito revela que, em relação ao mercado da televisão paga, a Zap possui uma penetração acima dos 80,2%, sendo que , pelo menos, 3,8% dos utentes reprovaram os serviços da operadora, principalmente pela interrupção dos canais abertos, quando o prazo do plano termina. Descontentamento quanto à programação, aos pacotes dos canais, tarifários e custos elevados, má taxação, substituição do descodificador e atendimento engrossaram a lista de reclamações. No mesmo sentido, aparece a DSTV com reclamações que incluem a qualidade do sinal, pacotes dos canais, atendimento no ‘contact center’ e o facto de o contacto para o call center não ser gratuito. Os consumidores referiram também dificuldades no processamento da recarga, publicidade enganosa e o número reduzido de lojas e de agentes, atingindo 3,4% de desaprovação.

No negócio do retalho, para a escolha das melhores superfícies, pesaram a localização, preços baixos, variedade de produtos, qualidade dos produtos, bom atendimento, promoções, sendo que, com a proliferação de supermercados, aumentou a tendência de os consumidores se deslocarem às grandes superfícies para efectuarem compras.

Como nota o estudo, a Shoprite lidera a escolha dos clientes devido à sua presença em quase todo o território nacional.

Relativamente à banca, 63,3% dos inqueridos revelaram que possuem conta bancária, enquanto o restante um terço respondeu não possuir conta bancária. Aqui, o BPC lidera o top dos bancos com maior número de clientes, com 40, 4%; seguido pelo BFA, com 33,5%; BIC, com 27,8 %; Millennium Atlântico, com 19,3%; BAI, com 15,5%, Banco Sol, com 15,3%, e o BCI, com 7,6%. Em relação ao melhor atendimento, é o BFA que lidera o ‘ranking’, com 19,1% de aprovação. Segue-se o Millennium Atlântico, com 14,5%; o BIC com 12,9%; o BAI, 11,8%; o Sol com 8,8%; o BPC com 8,2%, o BCI com 3,2% e o Keve, com 1,1%.