CRÉDITO. Nome do empresário consta de uma lista, que circula nas redes sociais, de supostos devedores do banco público. BPC rejeita responsabilidades na divulgação dessa lista. Bartolomeu Dias garante estar a concluir quatro grandes projectos sem recurso à banca.
Bartolomeu Dias, proprietário do grupo empresarial com o mesmo nome, exige ao Banco de Poupança e Crédito (BPC) que esclareça publicamente que nenhuma empresa afecta ao seu grupo é devedora do banco.
A exigência está expressa numa carta dirigida ao presidente do BPC e vem na sequência da divulgação, nas redes sociais, de uma lista de supostos devedores do banco, constando o nome do empresário com uma dívida de mais de 200 milhões de dólares. “Este pedido é legítimo, sendo o banco uma instituição de idoneidade, informe a opinião pública da veracidade dos factos, assim como recordamos igualmente que, junto desta instituição bancária, não existe qualquer solicitação de crédito feito por nós com os valores referidos, tão pouco a existência de dívida com a mesma”, lê-se na carta.
Para o empresário, o comunicado dissiparia “qualquer dúvida, assim como estaria a proteger a boa imagem junto da opinião pública e não só”. Acrescenta que “todos os devedores devem ser responsabilizados para honrarem com os compromissos de forma a não colocar em causa a imagem de outrem”.
No entanto, o BPC já emitiu um comunicado onde, sem se referir à situação de Bartolomeu Dias, se demarca de “qualquer ligação ou responsabilidade pelo conteúdo e divulgação de qualquer tipo de informação sobre os seus clientes”.
Interrogado se, no passado, teve alguma situação de incumprimento com o BPC ou com outra instituição do país, Bartolomeu Dias respondeu que “ter ou não ter crédito não pode ser visto como problema e, se for malparado, é um problema entre o banco e o cliente”. “Com o BPC tenho crédito zero e estou a dizer apenas porque há uma lista a circular, como também respondi sobre o Banco Económico quando também esteve a girar uma lista em que aparecia o meu nome. Se houver a necessidade de responder sobre outro banco, também o farei porque sou uma reserva moral deste país, mas agora não há necessidade”, explica o empresário.
Bartolomeu Dias garante que, com “recurso a fundos próprios, ou seja, a crédito zero”, está a concluir quatro projectos, dos quais duas unidades industriais que já produzem e um projecto habitacional, composto por três edifícios na zona de Talatona, que também se encontra na fase final.
Em Outubro de 2017, o empresário revelou ao VALOR ter sido forçado a recorrer a um financiamento externo, do Dubai, para ‘salvar’ as fábricas de óleo e sabonete da Nori (Nova Rede Industrial) que se encontravam paralisadas por falta de matéria-prima, como consequência da falta de divisas. Sem avançar o valor do financiamento, Bartolomeu Dias estimava entre 15 e 20 milhões de dólares a necessidade do grupo. “Como há escassez de divisas e não podemos pensar só em nós, seria o suficiente para termos todas as fábricas a funcionar, não no máximo das capacidades, mas para trabalhar a 60% e 70%.”
O grupo conta com cerca de duas dezenas de empresas, em que se destacam a Diexim Expresso (aviação), Angoinform (informática), Divisão de Segurança, Internacional Travel (agência de viagem e de ‘rent-a-car’), a Diexim Rodoviária (camionagem), Sul do Kwanza (Imobiliária) e a ‘cleaning’ (empresa de limpeza).
JLo do lado errado da história