Um instrumento para a criação de valor
O nível de desenvolvimento de uma sociedade está directamente ligado ao valor que nela é criado. Em estudos internacionais conduzidos pela EY, conclui-se que são normalmente as empresas jovens e de crescimento acelerado as principais responsáveis pela criação de emprego.
Em consequência, estas empresas são essenciais para as economias modernas, promovendo a inovação em produtos, serviços e modelos de negócio. É isto que torna os empreendedores especiais: são eles que mobilizam recursos e assumem riscos para produzir riqueza.
Para economias emergentes, como é o caso de Angola, a dinamização do empreendedorismo é um elemento central para a geração de maior valor acrescentado nacional, empregando talento local e valorizando a produção nacional, com impacto na substituição de importações e no crescimento das exportações. Esta será assim uma via essencial para a concretização da tão almejada diversificação da economia de Angola.
O mundo encontra-se actualmente num processo de adopção generalizada de novas tecnologias digitais, com impactos profundos na forma como as empresas fazem negócios. Atendendo à pressão do ritmo de mudança na economia global, seria fácil pensar que a única coisa a fazer é esperar que o Governo adopte políticas específicas de apoio aos jovens, e menos jovens, empreendedores. O nosso entendimento é que esta não é a única via.
Inovar, especialmente de forma disruptiva, nunca é fácil. Mas é mais ainda difícil em grandes empresas, com estruturas de decisão pesadas, aversão ao risco e modelos de inovação assentes em melhorias progressivas. A nossa experiência mostra que a aproximação das grandes empresas a ‘startups’ lhes proporciona agilidade nos seus esforços de inovação, proporcionando saltos qualitativos no desenvolvimento de novos produtos ou serviços e introduzindo nas suas equipas uma nova dinâmica. Daqui resulta que as empresas de grande dimensão, tanto de natureza pública como privada, têm a ganhar com um apoio proactivo a empreendedores com actividades relacionadas com o seu negócio.
Ao Estado, sem prejuízo dos apoios directos que consiga disponibilizar aos empreendedores, cabe essencialmente criar um mercado eficiente e competitivo. Afinal, quanto melhor o ambiente de negócios, melhores as condições para o surgimento de novos empreendedores e para o crescimento das empresas de todas as dimensões e estádios de desenvolvimento.
Em conclusão, quando o objectivo é diversificar a economia e promover o investimento privado é essencial acarinhar e apoiar os empreendedores.
JLo do lado errado da história