Vodafone rejeita ser a quarta operadora móvel
TELECOMUNICAÇÕES. Inúmeras vezes citada com interesse em tornar-se operadora em Angola, companhia inglesa assinou acordo de prestação de serviços com a Movicel. E garante só ficar por aí.
A Vodafone não tem interesse em entrar em Angola como operadora, garantiu, a semana passada, o representante executivo para a região africana, Vik Patel, à margem da apresentação oficial de uma “parceria estratégica” com a Movicel.
Desde 2006 que a ‘gigante’ europeia é citada como tendo interesse em tornar-se a quarta operadora angolana de telefonia, uma ideia reforçada em Novembro de 2017 com a abertura do concurso público.
Segundo Vik Patel, a operadora tem estado a estudar o mercado angolano, nos últimos quatro anos e, depois de entrar em contacto com diversos serviços, preferiu avançar com uma parceria com a Movicel. “A Movicel está em transformação, achamos melhor fazer parceria com uma empresa que está em processo de transformação, contribuindo com os nossos conhecimentos e aptidões.”
Apesar disso, Vik Patel foi peremptório ao assumir que a “única missão é trabalhar com a Movicel de forma estratégica”, respondendo assim à alegada pretensão de operar em Angola, depois de expirada a parceria de dois anos.
O acordo vai permitir à Vodafone passar todo o ‘know-how’ à operadora angolana, melhorar questões técnicas, expandir a rede, diversificar e melhorar os serviços e auxiliar o desenvolvimento dos colaboradores, através de capacitação de quadros.
Em contrapartida, a segunda operadora de tefonia móvel do país vai abrir a possibilidade de expandir os produtos e serviços da companhia britânica.
Para Aristides Safeca, PCA da Movicel, a parceria terá “um papel muito significativo” na transformação da empresa. “A Movicel passará a prestar serviços digitais modernos com grande inovação a todos os clientes. É um processo que ocorrerá ao longo dos dois anos e os primeiros efeitos ainda serão este ano.”
O PCA da Movicel afirmou esperar que este acordo venha a reflectir-se no aumento do número de clientes. “O objectivo é não só nos transformarmos a nós mesmos, mas também buscar parceiros que tragam mais qualidade e que, no final, os clientes sintam a transformação e que cause fidelidade e maior adesão aos nossos serviços, o que fará com que a quota-parte do mercado cresça.”
O líder da Movicel garantiu ainda que vão ser resolvidas as dificuldades na realização de chamadas para o exterior. Nos próximos três meses, os clientes poderão fazer chamadas internacionais sem quaisquer constrangimentos.
A Vodafone tem operações móveis em 25 países, parceiros com redes móveis em mais de 43 e operações de banda larga fixa em 19 mercados, somando cerca de 700 milhões de clientes móveis e 21 milhões de clientes de banda larga fixa.
Já a Movicel é a segunda operadora de Angola, possui cerca de dois milhões de assinantes, com 20% da quota de mercado.
JLo do lado errado da história