Angola no topo do ‘malparado’ dos bancos africanos
A agência de notação financeira Moody’s reviu na segunda-feira, 9, a perspectiva de evolução dos bancos africanos, de estável para negativa, com Angola a registar o maior rácio de crédito malparado e com possíveis revelações negativas da análise aos activos.
A agência avalia ainda três bancos nacionais, nomeadamente Banco Angolano de Investimentos, Banco de Fomento Angola e Banco Económico, atribuindo a todos o ranking B3, abaixo do nível de recomendação de investimento. Os analistas indicam que as almofadas de capital podem ser pressionadas devido aos resultados da avaliação, aos requisitos de provisionamento mais elevado e à depreciação da moeda.
Também afirmam que a liquidez em moeda externa tem melhorado, “apesar de ainda ser desafiada pela falta de dólares nos bancos”, e elogiam as iniciativas do Governo, que têm “ajudado a fortalecer a estabilidade financeira”.
Entre as medidas elencadas, a Moody’s aponta o planeamento das recuperações, o enquadramento de resolução, a melhoria na governação e a reestruturação dos bancos públicos.
Relativamente ao panorama geral, a agência de ‘rating’ explica que “o ‘outlook’ é negativo devido às condições operacionais mais fracas e ao aumento das pressões sobre a qualidade dos activos” e apontam que “os bancos vão manter a elevada exposição aos seus soberanos, ligando os seus perfis de crédito aos dos seus governos”.
MAIORES DESAFIOS
Segundo o relatório, “os bancos de Angola, na África do Sul, Nigéria e Tunísia vão enfrentar os maiores desafios, enquanto os bancos do Egipto, Marrocos, Ilhas Maurícias e Quénia serão os mais resilientes”.
“Em África, a dívida pública é alta e o crescimento do PIB vai continuar abaixo do potencial e insuficiente para aumentar os níveis de rendimento ‘per capita’ e a resiliência económica”, escrevem os analistas da Moody’s, argumentando que, “a nível do mundo, a economia vai manter-se com um crescimento fraco e a confiança empresarial negativa devido à incerteza sobre a evolução das perspectivas do comércio mundial”.
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