FACE ÀS DENÚNCIAS PÚBLICAS

Habitação investiga sorteio do Zango 5

CENTRALIDADES. Imogestin nega responsabilidade sobre o programa de escolha aleatória dos apartamentos, sugerindo que apenas o Governo pode pronunciar-se em relação às críticas da população.

Habitação investiga sorteio do Zango 5
D.R.

O Ministério do Ordenamento do Território e Habitação (Minoth) abriu um inquérito para apurar a veracidade das denúncias de fraudes no sorteio das residências da centralidade do Zango 8000, vulgo Zango 5, soube o VALOR de alto quadro da instituição.

Apesar de insistir na ideia de que o sorteio foi realizado com “lisura e transparência”, a fonte justifica o inquérito com a necessidade de se apurar se terá havido alguém “ousado em agir” em contramão da organização. “Estamos a ouvir as críticas e a analisar a lista manuscrita posta a circular, em que se denota ter havido encomenda de nomes. Estamos a averiguar e vamos clarificar o público sobre o que se passou”, garante o alto quadro do Minoth, que promete “mão pesada” caso se “conclua ter havido” algum tipo de fraude.

O responsável, que não avança datas para a apresentação dos resultados do inquérito, também não descarta a possibilidade de alguém ter publicado a lista e pô-la a “circular por pura má-fé”. Para o quadro do Minoth, “o país está a mudar” e sublinha que o Ministério “não terá receios de divulgar” os resultados das investigações, mesmo que se conclua pela existência de fraude.

A Imogestin, empresa responsável pela gestão do Zango 5, nega responsabilidades sobre o programa de escolha das moradias, declarando que apenas o Governo pode pronunciar-se, face às críticas. 

O PROCESSO

O sorteio das residências, ocorrido na manhã de quinta-feira, 20.02, e cujos resultados estão a ser questionados, foi antecedido por um processo de inscrição via internet, que também gerou muita insatisfação, face às falhas registadas no site. Durante o sorteio das habitações, o Ministério foi, entretanto, defendendo a transparência do processo.

À imprensa, técnicos do Minoth explicaram que o sorteio foi feito por meio de um software desenvolvido por nacionais e que “obedeceu aos critérios de candidaturas”. O programa, explicaram, definiu uma sequência de passos traduzidos em códigos, para a escolha aleatória dos candidatos.

A titular da pasta, Ana Paula de Carvalho, explicou, no entanto, que sorteio não representava o fim do concurso, sendo que os candidatos escolhidos pelo programa podiam ser afastados, caso houvesse irregularidades nos documentos apresentados ou incompatibilidades.

Na corrida para o acesso às casas, estiveram 157 mil pessoas para as 2.390 residências. O novo concurso foi anunciado para breve, desta vez no Huambo.