Efacec de Isabel dos Santos está a operar a 40% abaixo do normal
A empresa portuguesa Efacec, do qual Isabel dos Santos tem uma participação maioritária (67,2%), está a operar a 40% abaixo do normal, admitiu o CEO da empresa, Ângelo Ramalho.
Em entrevista à TVI, Ângelo Ramalho revelou que a empresa recebeu cerca de 30 manifestações de interesse para a compra da participação da empresária angolana, que colocou as suas acções a venda depois das notícias relacionadas com o caso ‘Luanda Leaks’.
O CEO explicou que o processo de venda está em curso e mesmo com a pandemia covid-19, a empresa teve o número de manifestações de interesse que recebeu.” As ofertas serão não vinculativas até ao final do mês e logo veremos o que as ofertas apontam”, sublinhou.
O caso 'Luanda Leaks' provocou um “bloqueio bancário” que dura desde Janeiro e tem colocado “em risco a própria empresa”. “Uma empresa que a partir de Janeiro perde todas as linhas de financiamento e todo ‘Trade finance’ que necessita para as suas operações está asfixiada e reduz a sua operação ao mínimo que é possível”, alertou Ângelo Ramalho.
O CEO da Efacec refere que deseja que o processo “acelere porque velocidade é o que não tem tido”. “Foram reduzidas todas as linhas de financiamento por razão accionista. Enquanto não houver visibilidade sobre a nova composição accionista, a banca suspendeu relações com a empresa”, revelou.
Nos últimos quatro anos, desde a altura em que Isabel dos Santos entrou na estrutura accionista, a empresa teve um resultado operacional de 29 milhões de euros de média anual. Comparados com os oito anos anteriores, sem a presença da empresária angolana, num total de 12 anos o resultado operacional foi exactamente o mesmo. “Estamos a assistir à erosão de valor de uma empresa, que certamente do ponto de vista de mercado valerá menos", avisou o CEO da empresa portugues que emprega 2.500 trabalhadores.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...