Médicos abandonam Girassol por falta de salários
Cinco médicos abandonaram o hospital em Junho, agastados por falta de pagamento de meses de salários e por causa de uma proposta de contrato que previa um rendimento de 550 mil kwanzas mensais por 40 de trabalho por semana.
A Clínica Girassol, da petrolífera estatal Sonangol, está a ser acusada de não honrar o pagamento de salários de médicos cubanos e angolanos que lá trabalharam desde Agosto do ano passado. Cinco desses seis médicos decidiram mesmo abandonar a clínica este mês.
Um dos médicos revelou ao VALOR que o hospital deve milhões de kwanzas a esses profissionais de saúde e “não tem honrado como devia” o compromisso acordado. “A um dos profissionais a empresa já deve 11 milhões de kwanzas. Até agora, apenas pagaram um terço da dívida, em Janeiro, e quase um milhão em Maio”, explica o médico.
Antes de os médicos terem colocado fim ao vínculo laboral, a empresa propôs contratos de trabalho de 40 horas por semana para auferirem 550 mil kwanzas por mês. Todos rejeitaram. O VALOR enviou questões ao departamento de comunicação e marketing da Girassol, mas, até ao fecho desta edição, não obteve respostas.
A Clínica Girassol faz parte de um grupo de empresas participadas pela Sonangol que o Estado pretende privatizar até 2022. O programa das privatizações foi lançado em Agosto do ano passado e prevê a venda de 195 activos. Destes, espera-se que 175 sejam alienados através do sistema de concurso público, 11 por leilão em bolsa e nove através de oferta pública inicial. Entre as empresas que constam desta lista, estão algumas das grandes referências do país, como a petrolífera Sonangol (e activos), a transportadora aérea nacional TAAG e a empresa nacional de exploração e comercialização de diamantes (Endiama).
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...