A comissária da União Africana para a Economia Rural e Agricultura, Josefa Sacko, aponta como principais desafios do sector, para os próximos anos, o aumento da produção alimentar, numa aposta que tem como foco a segurança nutricional no continente.

Nos debates do IX encontro ‘Triângulo Estratégico: América Latina - Europa - África’, a responsável angolana sublinhou ser intenção da União Africana (UA) tornar o continente cada vez menos dependente da importação de produtos da cesta básica.

Josefa Sacko referiu, por exemplo, que o continente gastou, no ano passado, cerca de 47 mil milhões de dólares para importar alimentos, uma tendência que se procura inverter no quadro da agenda 2020/2063 da UA.

Considerou igualmente ser um passo fundamental a implementação da zona de livre comércio continental, numa altura em que se trabalha na criação de uma agência de segurança alimentar, cujo propósito é zelar pela qualidade dos alimentos produzidos em África.

A engenheira Josefa Sacko reconheceu fragilidades no sistema alimentar do continente, o que poderá agravar a situação das populações mais vulneráveis e acentuar os níveis de desnutrição, particularmente, nesta fase da covid-19.

Para contornar esse quadro, a esperança está na agenda 2020/2063 da UA, que aposta na promoção do agro-negócio mediante políticas públicas e na melhoria do ambiente de negócios para estimular parcerias internacionais.