Trump versus Tik-Tok, qual é o problema?
TECNOLOGIAS. O que explica que uma aplicação online, conhecida essencialmente pelas inofensivas danças de teenagers, consiga interferir com a política americana do laisser-faire capitalista? Uma pista, a empresa detentora da aplicação é chinesa.
O presidente americano, Donald Trump, que ameaçou no mês passado banir o TikTok dos EUA, onde conta perto de 124 milhões de usuários e em que mais de 90% usa a aplicação diariamente, deu na semana passada o deadline de meados de Setembro aos donos chineses, a empresa ByteDance para concretizarem a venda à Microsoft americana, para manterem a operação em solo americano.
Trump sugeriu tambem que parte das receitas do acordo de venda deveriam favorecer o Tesouro Americano porque o governo estava a permitir a operação. Uma interferencia na iniciativa privada pouco característica da nação que corporiza o capitalismo e a mínima intervenção estatal junto de empresas privadas.
A legalidade da ordem é questionável e abre um precedente anti-globalização que sugere que, em nome da segurança de dados, cada aplicação só deve funcionar no país de origem. A origem chinesa da TikTok, e o levantamento de dúvidas sobre a colecta do mesmo tipo de informação pessoal que aplicações como o Facebook recolhe, acontece sob a égide de que nas mãos dos serviços de informação chineses, a informação se tornaria desconfortável para a segurança americana.
No entanto, o rancor do presidente americano parece ter originado no fiasco que a aplicação inadvertidamente infligiu ao seu macro rally político que se realizou em junho, na cidade de Tulsa em Oklahoma, e com que o presidente contava para asseverar o seu domínio politico. Na sua página do Twitter online Donald Trump anunciava que mais de um milhão de apoiantes da sua candidatura tinham reservado bilhetes para o ouvir.
Um grupo de jovens havia apelado à confirmação de lugares pelos usuários do TikTok, dando à equipa de Trump a informação de que estariam presentes mais de um milhão de apoiantes no espaço, muitos grupos que fizeram reservas eram sul coreanos, num esforço de jovens activistas coordenados. No dia da actividade estiveram presentes apenas cerca de 10 mil apoiantes que desafiaram também a covid 19.
A ‘sabotagem’ deu início à fúria presidencial contra a aplicação, que rapidamente se tornou também uma guerra de interesses entre as gigantes tecnológicas como a Microsoft, que está na pole da corrida para a aquisição e por exemplo o Facebook.
O interesse das grandes tecnológicas justifica-se. A TikTok é uma sensscao entre os jovens e conta já mais de 800 mil usuários a nível mundial.
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