7Mobile quer mais protecção estatal
Hélder Kiala, representante da 7Mobile em Angola, defende uma protecção do Estado como forma de combater a presença elevada de produtos ilícitos no mercado. Em declarações ao VALOR, o empresário considerou “haver oportunidades por se explorar com a apresentação de soluções tecnológicas”, mas descarta a possibilidade de instalar uma fábrica em Angola, “por causa da actual realidade económica do país”.
Para se consolidar em Angola, precisaria de ter 200 a 300 mil dólares mensais para trazer os produtos da China. A 7mobile tem uma fábrica na cidade de Shenzhen, com capacidade de produção de 15 mil aparelhos, de baixa e alta gama, por mês. “Temos tido bastante dificuldade no acesso às divisas nos bancos e há antes uma necessidade de se ter este impasse resolvido, continuar-se a restabelecer a confiança que temos tido nos últimos tempos, para que tal projecto volte a ser revisto no futuro”, afirmou.
Em 2017, a fabricante obteve uma facturação de 735 milhões de kwanzas, mais 10% acima da de 2016. O ano passado aliás é apontado como “positivo”, apesar das dificuldades, com uma ligeira redução nas vendas de aparelhos.
Hélder Kiala considera que há uma presença ainda bastante elevada de produtos ilícitos no mercado, o que “coloca uma pressão desnecessária a todas as empresas que, como nós, pagam os impostos de forma regular”. Para 2018, o foco passa por garantir maior visibilidade da marca.
DISPUTA DE MERCADO
Dados estatísticos do Instituto das Comunicações (INACOM) apontam que, em Angola, existem 13,3 milhões de usuários de telemóveis, que partilham as redes da Unitel e Movicel. Nos últimos tempos, tem aumentado a intenção de investidores em produzir localmente os aparelhos, montando unidades fabris.
Em 2013, a Facemundi Angola criou uma parceria com a Facemundi China para a produção de telefones, num investimento de 3,5 milhões de dólares. A empresa produz actualmente 300 mil telefones por ano, mas, com a criação da unidade, a produção poderá ser triplicada para perto de um milhão.
A fabricante de telemóveis Ikimobile, de origem portuguesa, prevê arrancar uma linha de produção em Angola, entre Junho e Agosto, com capacidade de fabricar até 100 mil unidades por mês.
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