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Oposição apresenta “desnorte programático”

O MPLA afirmou hoje que UNITA, Bloco Democrático e PRA-JA Servir Angola demonstram um "desnorte programático" que, considera, pretende justificar a "mais do que evidente derrota nas próximas eleições".

Oposição apresenta “desnorte programático”

"Achamos que a reacção deste grupo tripartido reflete um desnorte programático porque demonstra que o único programa de Governo, a única intenção que os move é apenas tirar o MPLA do poder, não estão preocupados com o povo angolano", afirmou hoje o porta-voz do Bureau Político do MPLA, Albino Carlos, em entrevista à Lusa.

Para o político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975), a oposição "não está preocupada" com a estabilidade política e social do país e a sua reacção revela uma "tentativa de escamotearem os problemas internos que têm".

A UNITA "quer desviar a atenção da opinião pública nacional e internacional dos problemas de forte contestação interna que o seu presidente está a sofrer e falta de capacidade de mobilização do seu eleitorado", apontou.

Os presidentes da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, do Bloco Democrático (BD), Justino Pinto de Andrade, e o coordenador do projeto político do Partido do Renascimento Angola - Juntos por Angola - Servir Angola (PRA-JA Servir Angola), Abel Chivukuvuku promoveram, nesta quarta-feira, uma conferência de imprensa conjunta, em Luanda, na qual apresentaram uma "Declaração Política Conjunta sobre a Revisão Constitucional Pontual" anunciada na passada semana pelo Presidente da República, João Lourenço.

Defenderam que a revisão constitucional deve consagrar, como ponto de partida, a "eleição directa e livre" do Presidente da República por todos os cidadãos nacionais que têm hoje consciência de que o actual modelo de eleição do Presidente "é atípico e discriminatório".

Abel Chivukuvuku acusou o MPLA de ser um "partido de truques e que nunca ganhou eleições", considerando que a proposta de revisão constitucional é "um mero exercício de cosmética" que "contém armadilhas".

O líder do BD considerou, na ocasião, que o MPLA "deve fazer uma cura de oposição para limpar a corrupção em si instalada", enquanto a UNITA apontou a "impopularidade" dos "camaradas" do MPLA como fundamento da revisão constitucional.

Hoje, o porta-voz do MPLA desvalorizou as acusações, referindo que os argumentos do líder do PRA-JA Servir Angola "visam escamotear os problemas que têm a nível da sua constituição ou institucionalização como força política".