BALANÇO. Crescimento do resultado líquido é justificado, entre outras medidas, com a descontinuação de determinados contratos, incluindo de consultoria. Seguradora vai aumentar o capital social.

Ensa obteve resultados líquidos de 17,7 mil milhões de kwanzas no exercício anterior, superando em 277,6% os resultados negativos de 2019 que se fixaram nos 9,9 mil milhões de kwanzas.

A administração da seguradora justifica o crescimento com “as medidas adoptadas no Plano Estratégico 2020/2022”, destacando a “revisão e a não renovação de alguns contratos de prestação de serviço, incluindo consultoria”, bem como a negociação e regularização com prestadores clínicos que, a 31 de Dezembro de 2019, ascendiam os 12 mil milhões de kwanzas. A empresa destacou ainda a melhoria do processo de cobrança dos prémios de seguro em dívida e a introdução de acordos de regularização das referidas dívidas. 

Nesta perspectiva, revela a seguradora, o resultado técnico do seguro directo registou um saldo positivo de 20,1 milhões de kwanzas, um crescimento de 20%.

No ano passado, a empresa justificou o resultado negativo de 9,9 mil milhões, face ao saldo positivo de 2,5 mil milhões de kwanzas do ano anterior, com o “reforço das provisões técnicas”, e com a “constituição de provisões para prémios em cobrança” e ainda “componentes que, devido à antiguidade, são de difícil cobrança”.

Agora, fruto do resultado do período de 2020, a empresa vai realizar um aumento do seu capital social na ordem de 5 mil milhões. 

Os dados da Ensa, ainda sem o parecer do auditor, mostram que a empresa alcançou, até 31 de Dezembro, prémios brutos de 84.614.573, representando um acrescimento de 33% quando comparado ao período anterior.

A subida foi influenciada essencialmente pelos seguros de petroquímica que registou um crescimento de 177%, passando de 10,5 para 29,3 mil milhões de kwanzas. 

As categorias acidente, saúde e viagens continuam, entretanto, a liderar em termos de carteira com 44,6 mil milhões de kwanzas, tendo registando um crescimento de 6%, face a 2019, em que o valor se cifrou nos 42,1 mil milhões de kwanzas. Apesar do resultado negativo de 26%, o seguro automóvel segue a ser o terceiro produto da carteira da seguradora, fechando 2020 com cerca de 3,6 mil milhões de kwanzas. 

 
SINISTROS PENDENTES DIMINUEM 31,4%

Em 2020, a empresa registou um total de 3.015 sinistros, sendo o rácio global sinistros/prémios do exercício de 54,7%, superior aos 50,38% de 2019.

Em termos de indemnizações, no período, foram pagos mais de 46,3 mil milhões de kwanzas, um aumento de 44% face a 2019. No que diz respeito a sinistros pendentes, a seguradora registou uma redução de 31,4% ao passar de 6.487 no início do exercício para 4.446 como resultado do encerramento de 5.056 processos e o registo de 3015 novas participações. 

Os custos operacionais ficaram em 23.649.684.892, que, comparativamente ao exercício anterior, registaram um aumento de 11,6% e os custos com pessoal em 22.513 contra os 15.843 de 2019, sendo que este crescimento se deveu essencialmente ao pagamento de estímulos aos trabalhadores e ao reconhecimento das contribuições do Fundo de Pensões da Ensa. 

A seguradora, refere o seu relatório, por força do decreto presidencial nº56/21, de 2 de Março, foi colocada na titularidade directa do Estado, através do Ministério das Finanças, e, como consequência, o grupo Ensa – Investimentos e Participações E.P deixou de ser accionista da Ensa.

Até 31 de Dezembro de 2020, a seguradora apresentava um quadro de 578 colaboradores, abaixo dos 631 do período anterior.