Artistas e microempreendedores recebem quiosques em Luanda
PEQUENOS NEGÓCIOS. ONG estima entregar, na primeira fase, 20 quiosques, estando previstas outros 60 nas fases seguintes. Beneficiários podem perder meios, em caso de nota negativa na avaliação.
Um projecto de formalização do negócio dos fazedores de arte e dos microempreendedores do município do Rangel, em Luanda, foi lançado na semana passada pela ONG Acção Humanitária Angola Unida (Achau).
Denominado ‘KalaKala’ (que significa trabalhar na língua kimbundo), o projecto resume-se na entrega de quiosques equipados, além do acompanhamento da actividade dos beneficiários.
Numa primeira fase, a organização prevê entregar 20 quiosques, sendo que os sete primeiros foram entregues no lançamento do projecto. Para as fases posteriores, está prevista a entrega de 60.
Para candidatar-se, o interessado tem de ser detentor de uma arte ou profissão que se enquadra na estratégia do projecto. Ou seja, ser alfaiate, sapateiro, técnico de telemóvel, manicure e pedicure ou alfaiate. Também é requisito indispensável ser morador e trabalhar no município do Rangel. “Sabemos que, no bairro, há sempre jovens que trançam ou que cortam o cabelo, mas não têm uma barbearia. É assim que foram seleccionadas as pessoas. Estas pessoas vão ser inscritas na segurança social, regularizadas com um NIF (Número de Identificação Fiscal) para poderem pagar os seus impostos e, se precisarem de luz, vão ter o contrato da Ende. No período de um ano, os seleccionados têm a missão de trabalhar com dois ajudantes e estes, no período de um ano, deverão transformar-se em mestres”, explica Sebastião Silva, secretário executivo da Achau, que admite, no entanto, a inclusão, na fases seguintes, de outras artes e ofícios entre os requisitos, como a venda de roupa usada.
Sem revelar o valor do financiamento, Sebastião Silva adianta que os financiadores são pessoas singulares que moram no Rangel e que decidiram apoiar a comunidade. “Quando investimos em algum projecto, focamo-nos no valor. Calculamos o bem que esse projecto vai trazer para a comunidade, é o que conta”, refere, sem descartar a possibilidade de os beneficiários perderem os quiosques, caso sejam reprovados no processo de fiscalização. “A metodologia de fiscalização é que vai fazer a diferença toda. O ponto número um será a higiene e a limpeza. Haverá um modelo de avaliação e uma equipa que ficará a observar aquilo que está no termo do compromisso que foi assinado por todos aqueles que receberam o material. Se o utente tiver muitos menos, pode perder o quiosque”, adverte.
Desde já, os beneficiários ainda não começaram a usufruir dos meios, visto que esperam pela indicação das zonas onde irão fixar os quiosques. A organização que se responsabilizou pelo levantamento dos locais já enviou a solicitação à administração local e espera receber as devidas autorizações no decurso desta semana.
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