Em busca de crescimento económico

Angola à espreita de segundo acordo com o FMI

16 Jun. 2021 Economia / Política
Angola à espreita de segundo acordo com o FMI
D.R

Governo avalia a possibilidade de avançar com um segundo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo anunciou, esta segunda-feira, 14, o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, que remeteu a decisão para antes da sexta revisão do Programa de Financiamento Ampliado (EFF), enquanto “várias propostas e opções” estão a ser analisadas.

“Queremos continuar o relacionamento, temos um conjunto de propostas na mesa. Nós, autoridades angolanas, estamos a ver qual delas se vai ajustar ao momento que estamos a viver”, explica, sublinhando que a parceria com o FMI é “muito importante” na execução do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) a nível técnico e financeiro.

Manuel Nunes Júnior antevê, neste ano, o regresso a um saldo positivo na ordem dos 2,6% do PIB, isso após o registo, no ano passado, de um saldo negativo de 1,5%, constituindo um défice de 4%. Igualmente, projecta uma perspectiva positiva para a balança de pagamentos, enquanto contabiliza as reservas internacionais líquidas nos 8,4 mil milhões de dólares, o que representa pelo menos 10 meses de importações, pelos cálculos oficiais.

O governante alertou ainda para a necessidade de uma gestão “transparente” das contas públicas “no sentido de se alcançar o equilíbrio”, argumentando que défices sistemáticos podem conduzir a uma trajectória insustentável da dívida, sobretudo porque a economia não cresce desde 2016. “Por isso é muito importante fazer uma gestão correcta das nossas contas”, insiste.

A quinta avaliação considerada pelo FMI como “positiva” permitiu a disponibilização de 772 milhões de dólares, valor que servirá de apoio à tesouraria do Estado.

AUMENTO SALARIAL

NÃO POR AGORA

Sublinhando que só com condições criadas é que haverá aumentos nos rendimentos, o ministro de Estado avisou que, enquanto o país não atingir níveis de crescimento sustentável, não se efectuará qualquer mexida nos salários da função pública e não só. “Qualquer aumento deve ser algo sólido, baseado na riqueza criada, porque aumentos de salários não baseados na riqueza criada levam simplesmente à inflação, não propriamente resolvem problemas concretos”, sustentou.