Câmara de seguros quer taxa de penetração nos 4%
SECTOR SEGURADOR. Novo órgão nos seguros e fundos de pensões é criado esta semana e quer focar-se na educação das famílias. Regulador já questionou competências da Capsa.
Com os olhos postos na elevação da taxa de penetração do seguro de 1% para os 4%, está previsto o lançamento, nesta quinta, 5, da Câmara dos Profissionais de Seguros e Fundos de Pensões de Angola (Capsa), uma iniciativa que cruza com as celebrações do Dia Nacional de Seguros e Fundos de Pensões.
Definindo-se como uma associação sem fins lucrativos que junta profissionais de todas as seguradoras e funcionários das sociedades gestoras de fundos e pensões, a câmara deverá centrar-se em acções de formação sobre o sector e espera criar parcerias com universidades, institutos e centros de formações. “Queremos ajudar o nosso regulador e o mercado e colocar a nossa pedra neste sector segurador”, ressalta Gabriel Cangueza, membro da comissão instaladora da Capsa. “Hoje temos visto pessoas a perderem empregos, pais de famílias a morrerem prematuramente e, como não têm nem fundo de pensões, os dependentes ficam completamente desprovidos de recursos para dar continuidade à vida”, observa Cangueza.
Além de um presidente e de vários vogais, a câmara contará, entre os órgãos sociais, com uma assembleia-geral e mais de 20 secretários nacionais de variadas áreas, com destaque para os seguros, fundos e pensões e actuariados, análises de risco e sinistralidade e contabilidade e finanças.
Recentemente, a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (Arseg) confrontou a Capsa por esta se ter conferido, no seus estatutos, a competência de atribuir títulos e de regulamentar a actividade dos profissionais de seguros e de fundos de pensões. Na qualidade de regulador, a Arseg fez questão de anunciar publicamente que estas são suas competências exclusivas.
Questionado sobre a possibilidade de haver nova colisão de ideias, Gabriel Cangueza defendeu que iniciativas do género devem ser exaltadas e não questionadas porque, no seu entender, as questões de literacias não podem nem devem merecer protagonismo de nenhuma organização, por ser um trabalho colectivo. “Nós, como uma associação de profissionais, não queremos chocar com os interesses do regulador. Estamos para ajudá-lo a criar mecanismos que proporcionem o crescimento do mercado e isto deve ser motivo de exaltação”, refere.
Dados oficiais que datam de 2018 indicam que, além de mais de duas dezenas de seguradoras, o sector conta com 81 mediadores de pessoas colectivas e 776 mediadores de pessoas singulares.
JLo do lado errado da história