João Lourenço nega perseguição a Isabel do Santos
O Presidente da República nega estar a perseguir a empresária Isabel dos Santos, influenciando a abertura de processos-crime na justiça sob a acusação de lavagem de dinheiro, tráfico de influências, gestão prejudicial e falsificação de documentos e outros delitos económicos.
Em entrevista ao jornal inglês ‘Financial Times’ e questionado sobre a suposta perseguição à empresária, que viu as empresas e contas bancárias arrestadas, João Lourenço tentou, inicialmente, evitar uma resposta directa. “Comentar só sobre uma pessoa pode não ser muito justo.” Mas, face à insistência do jornalista, acabou por referir que o processo de combate à corrupção é dirigido pelo poder judicial, sublinhando que, não tendo nada para cobrir, a empresária não precisa de se preocupar. “Quem não deve não teme”, insiste.
Durante a entrevista, o Presidente mostrou-se confiante na recuperação da economia, com base nas “reformas” em curso, “depois da tempestade”, apontando a previsão do Governo de um crescimento de 2,4% em 2022.
“A nossa reforma terá de ter dois objectivos principais, que são fortalecer o regime democrático de regulação e implementar um sistema económico de mercado real”, frisa.
Sobre a suposta crispação com o antigo Presidente, Lourenço garantiu que o regresso ao país de José Eduardo dos Santos, após mais de dois anos, reforça os laços de amizade. “O facto de ter regressado ao país é bom para todos, não só para a nossa relação, mas bom para o país, é bom para o nosso partido [MPLA]”, observa.
JLo do lado errado da história