“A economia mantém a mesma dependência petrolífera, mas decresceu”
Entrevista. Director do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusiada de Angola acredita que João Lourenço não alcançará o objectivo de ser recordado como o homem do milagre económico.
Em Agosto de 2017, João Lourenço, então candidato às eleições, manifestou o interesse de ser recordado como o homem do “milagre económico em Angola”. Hoje, quando faltam 3 anos para deixar a presidência, acha que o Presidente da República consegue alcançar este objectivo, considerando os principais indicadores económicos?
Infelizmente, para todos nós, não. A economia mantém a mesma dependência petrolífera, mas decresceu. Comparando 2017 com 2023, o PIB em medidas encadeadas de volume decresce 2,75%. Se deflacionarmos o valor do que produzimos e “consumimos” internamente da inflação do INE, esta componente decresce 16,7%; deflacionando as exportações da inflação mundial, estas decrescem 14,7%; e somando o que “consumimos” internamente e as exportações, o PIB em produtos “consumíveis” decresce 16,1%. Entretanto, o peso do petróleo nas exportações passa de 93,6% para 93,8%.
Considera que é um objectivo que o PR pode continuar a perseguir ou deve desistir e concentrar-se em outros?
Poderemos crescer um pouco nos próximos 3,5 anos, mas já perdemos 6,5 anos.
Ainda dentro do objectivo de ser recordado como o milagreiro económico, quais são, no seu entender, os maiores desafios?
Transformar uma economia dependente do Estado numa economia de mercado. Infelizmente a cada avanço há um recuo e o controlo estatal sobre tudo não melhorou!
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