A sátira entre a terra e o céu
TEATRO. ‘No inferno estamos bem’ é a mais recente obra do grupo teatral Oásis, que vai encerrar o Circuito Internacional de Teatro a 16 de Setembro na Laasp, em Luanda. Com 30 anos de carreira, o grupo é subvencionado pela Força Aérea.
O grupo teatral Oásis estreia a peça ‘No inferno estamos bem’, a 16 de Setembro, na Laasp, em Luanda, para o encerramento do Circuito Internacional de Teatro, que decorre desde Julho.
O drama aborda a posse dos bens dos entes queridos, mesmo antes de estes morrerem. De acordo com António Flor, encenador do grupo, actualmente “há muita inveja entre os homens, quando alguém é bem-sucedido. É uma sátira entre a terra e o céu, porque quem está na terra tem a ideia de que quem vai para o céu está bem, mas nunca ninguém saiu do céu para explicar que lá é bom”, explica.
A peça, escrita pela dramaturga Bebeca Capangue Neto, faz uma crítica social e é também uma chamada de atenção ao imediatismo. O encenador recomenda que as pessoas devem pautar por “uma boa formação e tenham a família como pilar de desenvolvimento para grandes questões da sociedade”, sendo esta a visão que pretende passar com a peça. Entram em palco, além do grupo folclórico da brigada, os actores Fernandes João, Antónia Soares, Cecília Fila, entre outros.
A peça passa a 16 de Setembro para o encerramento do Circuito Internacional de Teatro, com início às 19 horas. Os bilhetes são vendidos a partir de 2.000 kwanzas.
30 anos em palco
O grupo de teatro Oásis surge em Março de 1988, sucedendo ao grupo ‘Horizonte 2000’, da brigada 21 de Janeiro da Força Aérea Nacional, fundado por Afrikano Kangombe que assim pretendeu fazer uma homenagem ao Ango-Hotel.
Repertório
O Oásis venceu o Prémio de Cultura e Artes, em 2013, com a peça ‘A morte de Elitopacassa’, e antes obteve o 2.º lugar no festival Fenacul, em 1989.Participou na 2.ª Bienal de jovens criadores da CPLP, com a peça ‘Michornas de Chongoli’, em 2001, em Portugal.
Actuou no Reino Unido, com espectáculos em Manchester, Birmingham e Conventry, com a peça ‘O Batuque’, nas comemorações do 4 de Abril. Tem peças adaptadas de Pedro Pacavira, com a peça ‘Quem ficará no lugar’ retirado do livro ‘Njinga Mbande’; de Emídio Guerra, com a peça ‘Quem tudo quer’ do livro com o mesmo titulo, entre outras obras; ‘Três torres populares’; ‘As velhas profissões’; ‘Batuque’, a maior peça que Oásis tem, em que participou do festival de verão de Maputo, uma adaptação do livro ‘O feitiço da Rama de Abóbora’.
JLo do lado errado da história