ANGOLA GROWING
NO TOTAL DE PRÉMIOS EMITIDOS EM 2017

Acidentes, doenças e viagens valem 55,4% nas receitas dos seguros

FACTURAÇÃO. Companhias de seguros fecharam 2017 com receitas a crescerem 13,6%, ajudadas por acidentes, doenças e viagens. Esse grupo é responsável por mais da metade dos 116.397 milhões kz dos prémios emitidos durante todo o ano. Taxa de penetração sobre o PIB é de 0,63%, a pior dos últimos três anos.

 

Acidentes, doenças e viagens valem 55,4% nas receitas dos seguros

As 27 companhias de seguros que operam no mercado nacional registaram, em 2017, uma facturação líquida em prémios emitidos de 116.397,3 milhões de kwanzas, 55,4% dos quais com origem no segmento de acidentes de trabalho, doenças e viagens, cuja facturação foi de pouco mais de 64.509,2 milhões.

Os números são da Agência de Regulação e Supervisão dos Seguros (ARSEG) e dão conta ainda que o seguro automóvel foi o segundo maior participante das receitas. O segmento ajudou com 18,95% para o total da facturação.

“A nível da legislação, sobretudo no que diz respeito ao plano de contabilidade de seguros, juntou-se os três ramos (acidente, doença e viagens), o que, na altura em que se fez a legislação, eram ramos residuais. Mas hoje são ramos que se destacam, nomeadamente o ramo de saúde ou de doenças, acidentes de trabalho, que já é obrigatório. São ramos muito expressivos”, explicou Silvano Adriano, director de supervisão de seguros e mediação.

Depois do seguro automóvel, seguiram os ‘outros danos em coisas’, com 6,97%, o seguro petroquímico (6,77%), incêndio e elementos da natureza (4,75%), diversos (2,26%), transportes (1,82%), o ramo vida (1,63%) e responsabilidade civil geral (1,43%).

A influência do segmento acidente, doenças e viagens sobre a facturação das companhias vem de longe. Já em 2016, o ramo foi responsável por 60% do total de prémios emitidos no período. Ou seja, dos 102.433,9 milhões de kwanzas contabilizados, 61.681,1 milhões foi com acidentes, doenças e viagens.

O mesmo deu-se em 2015. Pouco menos da metade dos prémios desse período, cerca de 45,28%, veio do agregado dos acidentes, doenças e viagens. Em termos nominais, essa percentagem correspondeu a 51.260,5 milhões de kwanzas, com o valor global a situar-se nos 113.207,8 milhões (cerca de 833,4 milhões de dólares, ao câmbio do período).

Indemnizações aumentam

Se, por um lado, aumentam as receitas com prémios emitidos, por outro, subiram os custos com indemnizações. As companhias gastaram um total de 67.790,3 milhões de kwanzas em resolução de sinistros, um aumento de 41,4% face ao total aplicado para indemnizações em 2016.

À semelhança dos prémios, o segmento acidente, doença e viagens também esteve à frente na aplicação de recurso em indemnizações. No período, o segmento inscreveu 37.818,9 milhões de kwanzas em resolução de sinistros, com uma taxa de sinistralidade a rondar os 58,63%.

O ‘incêndio e elementos da natureza’ foi o segundo segmento que mais verbas aplicou em indemnizações. Com uma taxa de sinistralidade nos 215,35%, o segmento gastou 11.917,9 milhões de kwanzas, seguido imediatamente pelo ramo automóvel, que despendeu 9.120,7 milhões.

Activo cresce 12,5%

O desempenho positivo do sector em 2017 também foi verificado nos activos de todo o mercado. Durante o período, as operadoras reforçaram o património em 12,5%, ao sair de 220.406,4 milhões de kwanzas, em 2016, para os 247.991,7 milhões.

A Empresa Nacional de Seguros de Angola (Ensa) e a Saham Angola Seguros continuam a liderar o ‘ranking’ nacional em termos de quota de mercado, com 38,00% e 15,49%, respectivamente (ver tabela).

Apesar de liderar o mercado, a Ensa, liderada por Manuel Gonçalves, tem assistido à redução da sua quota de mercado. De acordo com a Arseg, a companhia perdeu 8,56 pontos percentuais (pp) de 2016 a 2017, ao contrário do concorrente imediato, a Saham, que viu reforçada posição de mercado ao aumentar 0,75 pp, no mesmo período.

Se os prémios emitidos e os activos crescem, o mesmo não sucedeu com o índice de penetração do sector segurador sobre o produto interno bruto (PIB). De Janeiro a Dezembro, esse indicador ficou situado em apenas 0,63%, uma redução de 0,14 pontos percentuais (pp), a pior taxa de penetração registada nos últimos três anos.