Aluguer: uma alternativa para casamentos
CASAMENTO. Apesar de a concorrência ser ‘pesada’, o aluguer de vestidos de noiva ainda não é um mercado saturado em Angola e vem atraindo novos comerciantes. A indústria de produtos para noivas “é pouco explorada”, mas continua com bons números de lucros mensais. A facturação mensal pode ultrapassar os 300 mil kwanzas, para quem trabalha com, pelo menos, 30 vestidos de noiva.
Os preços para alugar um vestido de noiva rodam entre os 20 e os 80 mil kwanzas, dependendo da qualidade do vestido e da marca. Quem optar por alugar um vestido com acessórios, como véu, grinalda, buquê, cesto das alianças, brindes e bijuterias pode pagar, por tudo, 45 mil kwanzas. Os preços, muitas vezes, são discutíveis e servem para se ‘esquivar’ dos custos com compras que podem chegar até um milhão de kwanzas nas grandes lojas formais.
Márcia Afonso Pegado, de 27 anos, encontrou no aluguer do vestidos de noiva uma forma de abrir um pequeno negócio. Em Novembro de 2016, começou com três peças de roupa, sendo o seu próprio vestido e de duas das amigas. Por vestido, cobra 20 mil kwanzas, como preço mínimo, e 45 mil, como preço máximo. Sem um estabelecimento comercial, usa a sua casa como loja. Localizada no Benfica, na rua da Administração, mantém uma presença constante no Facebook ‘Aluguer De Vestido De Noiva’. Quatro meses depois de começar o negócio, já conseguiu comprar mais de 30 vestidos de noiva, além de roupas para a madrinha que aluga por 15 mil kwanzas sem os acessórios. Vende ainda vestidos que podem custar entre 100 mil e 180 mil kwanzas.
Uma parte dos produtos comercializados compra na vizinha Namíbia. Gasta pela passagem de autocarro 26 mil kwanzas de ida e volta, Luanda/Ondjiva.
Também negoceia com noivas que se desfazem dos vestidos.
Pelo valor da revenda ou aluguer, garante ter lucros e confessa que, desde que começou com o negócio, não passa grandes necessidades.
Mensalmente, pode disponibilizar quatro a cinco vestidos além de outras roupas dirigidas a damas de honor e anjinhos. Além disso, também trata de fazer a decoração do carro de noiva, entre outros serviços.
Quem também entrou neste ramo, mas em sociedade com mais três irmãs, foi Helena Cortês. O negócio começou com oito vestidos destinados ao aluguer. A facturação mensal varia entre os 400 mil e os 500 mil kwanzas. Os vestidos são comprados em Portugal e na África do Sul.
A falta de emprego “não foi a principal causa” para entrar no negócio, mas foi “a vontade e a determinação em querer empreender”.
As jovens, que também usam o Facebook, com o nome ‘Aluguer de Vestidos de Noiva & Cerimónia’, só se dedicam às roupas de noiva. Os vestidos na loja, situada na centralidade do Kilamba, onde vivem, custam a partir de 50 mil e vão até aos 80 mil kwanzas. Na loja, o aluguer é sem acessórios. Com sensivelmente seis meses decorridos, Helena Cortês consegue avaliar o mercado de aluguer de vestidos e garante ser um “negócio viável”.
As irmãs entendem que o aluguer ainda tende a crescer porque, com a crise, fica “muito dispendioso” comprar um vestido de noiva novo que pode custar entre os 200 mil e um milhão de kwanzas. “Nas lojas, é muito mais caro”, resume a jovem empresária que não tem dúvidas de que, se os vestidos saírem da mão de um estilista nacional ou internacional, atingem valores muito mais elevados.
No São Paulo, tradicionalmente dos bairros mais procurados em Luanda, as lojas vendem vestidos e acessórios de noiva, com preços que variam entre os 150 mil e os 500 mil kwanzas. É essa a comparação que, muitas vezes, os clientes têm em consideração ao optarem por alugar um vestido do casamento.
Além dos negócios feitos em casa, há boutiques e pequenos empreendimentos que proliferam nos bairros de Luanda. Na grande maioria, sem documentação, mas que podem atingir uma facturação acima dos 300 mil kwanzas mensais.
Mas também é preocupação das lojistas em regularizar a actividade comercial, com toda a documentação legalizada. A dificuldade apontada por elas está na concepão de créditos banários, por causa das exigências.
Com o principal objectivo de promover e dinamizar a indústria do casamento em Angola, a revista Lux, em parceria com a Eventos Arena, tem agendada a segunda edição da feira ExpoNoivos, entre 5 e 7 de Maio, na Marginal de Luanda, e prevê reunir cerca de 100 expositores.
A exposição pretende reunir comerciantes e fornecedores de todos os serviços, ligados a casamentos.
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