Angola cada vez mais afectada pelas alterações climáticas
SECA. ONU alerta que Angola terá frequência e gravidade dos eventos de seca mais elevados no futuro. Governo admite problema e busca soluções para travar desertificação.
Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) alusivo ao Dia Mundial do Combate à Desertificação e à Seca, que se assinalou a17 deste mês, dá conta que os efeitos da quantidade insuficiente de água disponível para as pessoas, gado e cultura nas regiões mais secas de Angola são agravados pela quantidade insuficiente daquele líquido, em que a água da superfície recolhida em depressões é frequentemente utilizada para consumo humano, por falta de alternativas melhores.
Segundo o comunicado divulgada pela DW teve acesso, Angola enfrenta períodos de seca desde 2012, que afectou 1,2 milhões de pessoas – 1,1 milhão das quais são do Cunene, Huíla e Namibe, regiões onde a estiagem se fez sentir com maior impacto.
A nota do PNUD salienta que o Governo presume que as intervenções de curto prazo não interrompem as secas recorrentes que afectam a região sul e reconhece a necessidade de desenvolver um programa de médio e longo prazos para aumentar a resiliência das comunidades afectadas nessas províncias com vista a quebrar um ciclo recorrente.
Uma Avaliação das Necessidades Pós-Desastre 2012-2016 realizada pelo Governo, com o apoio das Nações Unidas, União Europeia e Banco Mundial, refere que os danos e prejuízos causados pela seca em Angola totalizam 750 milhões de dólares e que, em cada ano, 1,2 milhões de pessoas foram afectadas.
Em busca de soluções
Para a recuperação dos efeitos da seca, o Governo desenvolveu um quadro para o período de 2018 a 2022, que define a visão e os princípios, acções de curto, médio e longo prazos em nove sectores, necessidades e instrumentos financeiros, bem como uma estrutura de coordenação e monitoramento.
Este documento está actualmente em processo de aprovação na Comissão Nacional de Protecção Civil e terá a aprovação final do Conselho Nacional de Protecção Civil, prevista para o próximo mês.
No que se refere ao combate à desertificação, o Governo, em parceria com o PNUD, aplica diferentes iniciativas, entre as quais o projecto de ‘promoção do Carvão Vegetal Sustentável Através de uma Abordagem da Cadeia de Valor’, para o alcance desta meta.
O referido projecto, que teve início em Outubro de 2016, é executado pelo Ministério do Ambiente, com o apoio do PNUD e conta com o financiamento a fundo perdido do Fundo Global para o Ambiente.
Para mitigar as emissões de gases de efeito estufa, evitar a degradação florestal e solos, o projecto iniciou este ano um programa de capacitação, por dois anos, de comunidades rurais no Huambo e Kwanza-Sul e de técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal, em manejo florestal comunitário e produção de carvão vegetal sustentável.
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