Angola capta 4% do investimento estrangeiro em África
ESTUDO. Petrolífera francesa Total foi considerada, em 2015, como o maior investidor externo em Angola de acordo com o relatório ‘The Africa Investment report 2016’, divulgado em Outubro.
Dados apresentados, na semana passada, indicam que o país captou projectos de investimento estrangeiro no valor de 2,7 mil milhões de dólares, no ano passado, absorvendo 4% do total que é destinado ao continente, com o Egipto a liderar as maiores economias de África.
O relatório, produzido pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla inglesa), indica que a petrolífera francesa Total, que, no ano passado, investiu 2,2 mil milhões de dólares, foi o maior investidor externo em Angola e o terceiro maior no continente.
O documento aponta ainda que a dinâmica económica externa tem colocado Angola no palco de crescimento da África Austral, apesar da retracção do investimento directo estrangeiro provocado pela queda do preço do petróleo em Angola este ano.
Os analistas revelam que a riqueza natural e a estabilidade governativa e social tornam o país um destino preferencial de investimento.
Apesar da crise financeira e cambial que afecta a economia nacional, o impulso do investimento directo estrangeiro (IDE) em Angola continua a ser o sector energético, seguindo-se a construção e obras públicas financiada por esses mesmos recursos naturais.
O relatório indica, por outro lado, que o mercado interno pode jogar um papel determinante e estimulante, em consequência do crescimento da empregabilidade de natureza industrial e o consequente aumento do rendimento médio disponível com a estabilidade financeira do país.
“A diversificação da economia, em curso no país, pode ditar outro paradigma a nível do mercado interno e aquecer a economia com a entrada de mais capital estrangeiro”, consideram os analistas da UNCTAD.
A nível de África, os indicadores do investimento directo estrangeiro colocam Angola como o sétimo destino do capital externo, em 2015.
O Egipto, atraíu projectos no valor de 14,5 mil milhões, apesar de registar uma quebra de 19% em relação ao ano anterior e foi considerado o maior destino do investimento directo estrangeiro em África, no ano passado.
Na posição imediata surge a Nigéria (8,6 mil milhões de dólares), Moçambique (5,1 mil milhões de dólares), a África do Sul (4,7 mil milhões de dólares), Marrocos (4,5 mil milhões de dólares), Côte d’Ivoire (3,5 mil milhões de dólares) e Angola (2,7 mil milhões de dólares).
O relatório refere que todos estes países recuaram, tal como o Egipto, em relação ao investimento estrangeiro captado em 2014.
A variação do investimento nas 10 maiores economias africanas fez com que outros países reforçassem o seu posicionamento na classificação do relatório em termos de captação do capital estrangeiro.
O Quénia é um destes países que tem vindo a aumentar a atracção do investimento estrangeiro e está logo a seguir a Angola, como 2,4 mil milhões de dólares, um aumento de 8% relativamente a 2014.
O Senegal captou 1,9 mil milhões de dólares, um aumento de 473%, enquanto os Camarões, em que os projectos de investimento externo envolveram 1,8 milhões de dólares, deu um impulso de 829% na sua carteira de IDE.
O maior número de iniciativas empresariais foi dirigido à África do Sul, que captou 118, equivalentes a 17% de todos os projectos dirigidos ao continente. Os serviços financeiros lideram os investimentos em África, seguindo-se o carvão e o petróleo e gás natural que receberam 15,7 mil milhões de dólares.
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