Angola cresce 3,1% este ano depois de queda de 4,3%
O Instituto Financeiro Internacional (IFI), que reúne os credores privados mundiais, prevê um crescimento de 3,1% em Angola este ano, alertando, ainda assim, que a pandemia da covid-19 continua a dificultar as perspectivas económicas do país.
"As nossas estimativas mostram que a economia de Angola contraiu-se 4,3% em 2020, e esperamos uma modesta recuperação económica de cerca de 3,1% este ano, devido à estabilização da produção petrolífera e ao levantamento das medidas de confinamento", lê-se numa análise a algumas economias africanas.
A Análise de Mercados Emergentes em África, enviado aos credores privados, salienta que "as medidas de contenção, apoiadas pela gestão eficaz da crise e por um programa forte de políticas implementando pelas autoridades de Angola, ajudou a suavizar as consequências económicas e de saúde do choque da pandemia".
O documento, que incide sobre várias economias da África subsaariana e sobre a região como um todo, lembra que a moeda angolana, o kwanza, depreciou-se 58% em 2020, "o que mitigou o impacto da descida dos preços do petróleo na posição orçamental e externa" das contas públicas de Angola.
A dívida pública, acrescentam, ressentiu-se desta desvalorização, o que fez com que o rácio em função do Produto Interno Bruto (PIB) tenha subido "a um ritmo rápido para 122% em 2020".
Os prolongados preços baixos do petróleo devem continuar assim nos próximos trimestres, o que faz o IFI esperar "que a balança corrente continue a registar um défice, à volta de 5%, e que a dívida externa continue a subir para cerca de 90% do PIB em 2022".
É neste contexto que se explica a adesão de Angola à Iniciativa da Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) e os acordos alcançados com os credores chineses, que o IFI estima irem poupar cerca de 6,7 mil milhões de dólares, ou 5,5 mil milhões de euros, ao país nos próximos três anos.
"A reestruturação da dívida também vai fazer descer as necessidades brutas de financiamento para cerca de 10% do PIB a médio prazo e ajudar Angola a reduzir o volume da dívida para um nível mais gerível", escrevem, concluindo que, a nível político, o país "deverá manter-se estável, com um Presidente popular e reformista".
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