Angola e ENI assinam acordos nas áreas dos petróleos, saúde e energias renováveis
COOPERAÇÃO. Angola assinou hoje, em Roma, na Itália, cinco acordos com a ENI, empresa petrolífera italiana, com destaque para as energias renováveis, saúde e pesquisa de hidrocarbonetos.
Um memorando de entendimento foi igualmente rubricado entre o presidente executivo da ENI, Claudio Descalzi, e representantes do Governo, à margem da visita que o Presidente João Loureço realiza ao país europeu.
Segundo o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino de Azevedo, foram assinados cinco documentos, sendo dois ligados à aCtividade petrolífera, mais concretamente para a exploração no bloco offshore 1/14, onde opera com 35%, e no bloco Cabinda Centro, ambos em Cabinda.
O governante angolano destacou que nesses blocos “há uma componente forte de transferência de tecnologia para a Sonangol”.
As partes assinaram ainda outros acordos fora da actividade de petróleos e gás, o primeiro referente a um apoio para o Ministério da Saúde, com vista à formação de especialistas de saúde, de apetrechamento de centros de saúde, sendo o outro instrumento assinado uma parceria entre a Sonangol e a ENI para actuação na área das energias renováveis.
“Assinou um contrato de concessão com o Ministério da Energia para a construção de uma planta fotovoltaica em Caraculo, no Namibe, e assim podermos também darmos o nosso contributo para a matriz energética nacional”, disse o ministro.
Foi igualmente assinado um acordo entre o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos e a ENI para um projecto de desenvolvimento local de Angola, que irá iniciar em Cabinda e proporcionará cerca de 6.500 empregos, através do fomento de pequenos empreendedores em diversas áreas, como a pesca, agricultura e formação técnico-profissional.
Por sua vez, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, salientou que a ENI vai fazer uma doação de cinco milhões de dólares, para em três anos formar profissionais do hospital pediátrico David Bernardino, do Hospital Josina Machel, do Hospital Divina Providência, bem como profissionais de Cabinda.
Em comunicado, a ENI refere que a área prioritária de intervenção será o enclave de Cabinda, onde se prevê um impacto positivo em benefício de pelo menos 180.000 pessoas, com a criação de cerca de 6.500 empregos e a geração de uma capacidade de redução de emissões de CO2 de cerca de 380 kt por ano.
No Namibe, realça a nota, a ENI vai construir uma central fotovoltaica de 50 MWp, que será conectada à rede de transmissão do Sul do país, bem como vai construir uma ‘joint-venture’, a Solenova, entre a ENI e a Sonangol, dedicada ao desenvolvimento de projectos de energias renovável.
“A implementação da primeira fase do projeto, de 25 MWp, permitirá uma redução de consumo de diesel estimada em cerca de 13.500 metros cúbicos por ano, reduzindo os custos de produção de electricidade e as emissões de gases de efeito estufa em cerca de 20.000 tCO2eq/ano”, lê-se no documento.
No que se refere à cooperação no sector da saúde, a ENI ressalta que serão desenvolvidas competências especializadas nas áreas de cirurgia cardíaca, nefrologia, nefrologia infantil e neurologia pediátrica, hematologia pediátrica/oncologia, doenças infecciosas, nutrição, saúde da mulher, cuidados infantis e epidemiologia, e uma estreita colaboração entre as instituições sanitárias angolanas e italianas, através de formação no trabalho e telemedicina.
“Os beneficiários directos do projecto serão cerca de 200 médicos, paramédicos e técnicos das diferentes instituições envolvidas, com impacto positivo no país, por meio da melhoria da qualidade dos serviços de saúde”, sublinha a nota.
A ENI está presente em Angola desde 1980 e detém uma produção diária actual de 145.000 barris de petróleo.
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