ANGOLA GROWING
ALERTA DE UM ESPECIALISTA EM CRIMES CIBERNÉTICOS

“Angola está vulnerável”

INFORMÁICA. Tunga Pinto, especialista em informática, alerta que Angola não está preparada para os ataques cibernéticos. Aconselha a que se tenha “mais cuidado” e recomenda constantes mudanças nas senhas de abertura de telemóveis.

O especialista em Tecnologias de Informação, Tunga Pinto, alertou, que um dos factores que facilita os crimes cibernéticos é “a ausência de antivírus nos meios electrónicos” e que Angola “está vulnerável a ataques desta natureza”. Numa palestra sobre os crimes cibernéticos, Tunga Pinto alertou que “muita gente, em Angola, não usa um antivírus nos telefones e computadores o que facilita os ataques cibernéticos”. Uma das recomendações que deixou foi a actualização das senhas através da troca permanente de códigos.

O orador, convidado da palestra ‘Crimes cibernéticos e as sociedades actuais’, no Centro Tecnológico Nacional (CTN), no espaço ‘Café com Ciência’, entende que Angola tem “muitos desafios pela frente na luta contra os crimes cibernético”. “É necessário haver uma maior cooperação internacional das instituições de pesquisa e de segurança cibernética”, defendeu. Por isso, sugeriu a criação de uma rede sofisticada de combate às ameaças dos crimes cibernéticos.

O prelector, doutorando em Tecnologias de Informação - ataques cibernéticos de negação de serviços DDoS dos attack –, sublinhou que Angola está a criar linhas de investigação científica e mecanismos de segurança capazes de reportar os crimes cibernéticos, “o que vai facilitar manter a segurança interna”.

Na dissertação, apresentou um mapa que mostrava a ausência de informação relativa à segurança cibernética, o que denota a vulnerabilidade de África. “Não temos mecanismos que reportem informações ou denunciem os crimes”.

Por sua vez, um dos gestores de segurança do Ministério da Ciência e Tecnologia, Castro Marques, recomenda a formação dos utilizadores de informática dentro das empresas como “base fundamental na luta contra os crimes cibernéticos”.

 

COMBATE AOS CRIMES

Independentemente dos níveis de segurança do utilizador, da rede e dos sistemas, o índice de vulnerabilidade ameaça crescer, tendo em conta as tendências e o ‘modus operandi’ que os ‘hakers’ usam para orquestrar um ataque organizado, explica Tunga Pinto. O especialista entende que a nova tendência desses crimes procura explorar a vulnerabilidade dos utilizadores, “o que é muito mais complexo” assegura “onde, de forma deliberada”, o utilizador vai cedendo os seus dados e, deste modo, “ultrapassa as barreiras de segurança”.

Por isso o doutorando aponta como soluções para combater esses crimes: a implementação de regras internacionais como o ‘ISO 27001’ (um padrão de referência Internacional para a gestão da Segurança da informação assim como a ISO 9001 é a referência Internacional para a certificação de gestão em Qualidade). Aponta também a regra de criptografia (regras de codificar a informação de forma que só o emissor e o receptor decifrem); normas de acesso aos dispositivos nos locais de trabalho.

Um dos crimes cibernéticos mais comuns é o ataque orquestrado através de ‘softwares’ contaminados que se infiltram em instituições ou em empresas. Em Angola foi aprovada, em 2011, a Lei de Protecção dos Dados e das Redes Informáticas.