Angola mantém reformas em 2020 mas corrupção dificulta investimento
A consultora Fitch Solutions considerou que Angola deverá manter o ritmo de implementação de reformas, mas alertou que a atracção de investimento estrangeiro é dificultada pela corrupção e que há potencial para mais contestação.
“Na Fitch Solutions, esperamos que o Governo de João Lourenço mantenha um nível relativamente robusto de fôlego nas reformas em Angola nos próximos trimestres, e que continue de forma abrangente a luta contra a corrupção”, escrevem os analistas desta consultora detida pelo mesmo grupo que é dono também da agência de ‘rating’ Fitch.
Numa nota sobre a economia de Angola em 2020, a Fitch Solutions alerta, no entanto, que “a eficácia destas reformas na atracção de investimento directo estrangeiro vai ser limitada pelas contínuas percepções de corrupção e de fracas condições macroeconómicas” num país que está em recessão há cinco anos.
Na análise, os consultores escrevem ainda que há o risco de estas condições económicas negativas, que incluem não só a recessão económica, mas também a subida da inflação e o aumento da pobreza, poderem aumentar a contestação social.
“Sublinhamos o potencial para mais descontentamento social, alimentado pelo alto nível de desemprego e pela inflação como o principal risco para a implementação de políticas”, lê-se no documento enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso.
“O Governo vai continuar a apresentar medidas destinadas a melhorar o sentimento dos investidores; apesar de estipular metas ambiciosas, que são difíceis, acreditamos que medidas como a privatização de 195 empresas públicas entre 2019 e 2022 e a definição das responsabilidades da Sonangol vão ser vistas como positivas pelos investidores”, acrescentam os analistas.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...