Angola não merece isso...
Não é apenas pelo níveis de degradação social. Também não é só pelos indicadores da desgraça económica. Pela natureza dos temas e pela qualidade dos conteúdos que são colocados em debate no espaço público também se mede o atraso ou o progresso de uma sociedade. Perceber onde nos encontramos com base neste quesito é tarefa fácil. Diga-se, aliás, em boa verdade, que o que se discute no espaço público é sempre fortemente condicionado ao país e à sociedade que se tem.
Veja-se o caso da questão democrática. Com raríssimas excepções, o tema da democracia é discutido nos quatro cantos do mundo. No Ocidente, o debate centra-se, essencialmente, nos mecanismos de correcção ou de aperfeiçoamento da democracia. Há razões bastante fundadas para isso. O mundo Ocidental tem consciência de que o regime democrático não deixa de estar sujeito a tentações de vária ordem. Não importa o quão consolidado esteja no seu espaço.
O fundamentalismo ideológico é das ameaças mais conhecidas. Nas realidades em que os partidos políticos são considerados pedras basilares do regime democrático, os discursos anti-sistema também são encarados com alguma desconfiança. Hoje, há leituras muito interessantes, por exemplo, do que seria uma presidência de Gouveia e Melo, em Portugal. O almirante ainda sequer se assumiu pré-candidato, mas há a convicção formada, na sociedade, de que, a qualquer altura, vai anunciar-se para a corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa. E, apesar de ser descrito genericamente como centrista, levantam-se preocupações quanto às suas conhecidas ideias de desafixação dos partidos.
Há ainda quem vá mais longe e veja perigos menos óbvios. Francis Fukuyama, por exemplo, já alertou em como a rigidez intelectual pode condicionar a transformação das instituições ao ritmo das exigências da sociedade. Para isso não precisou de ir longe. Usou o seu próprio país, os Estados Unidos, como caso de estudo.
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