ANGOLA GROWING
POR USO INDEVIDO DAS INFRA-ESTRUTURAS

Angola Telecom ameaça outras operadoras

TELECOMUNICAÇÕES. Empresa estatal esgotou a paciência e quer retaliar operadoras que utilizam infra-estruturas sem autorização. Já seguiram pedidos de ajuda para a polícia e para o governo de Luanda.

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A empresa pública de telecomunicações, a Angola Telecom, promete fiscalizar e ameaça retaliar as operadoras que utilizam os seus serviços sem autorização e que têm provocado a destruição das infra-estruturas.

A empresa já encaminhou notificações ao governo de Luanda e à Polícia para auxiliarem na fiscalização. Queixa-se de que tem perdido milhões de kwanzas com a “intervenção anárquica” de outras empresas do sector.

A utilização, sem aviso prévio, tem provocado, em alguns casos, a destruição total de condutas, câmaras, sites e torres e o corte e substituição de cabos de cobre e de fibra óptica. A empresa já notificou as operadoras, colocando um prazo, 14 de Agosto, ameaçando começar a agir. “Sempre que encontrarmos alguém a intervir vamos deter o indivíduo e vamos parar aos tribunais. Nunca fomos aos tribunais porque as operadoras normalmente vêm de imediato e negociamos o valor dos danos”, explicou, ao VALOR, o coordenador da comissão de gestão, Eduardo Sebastião. A Angola Telecom tem contratos com cinco operadoras, sendo que as restantes utilizam as infra-estruturas “sem autorização”, sublinha o coordenador da comissão de gestão.

As operadoras contratadas devem entregar o mapeamento de controlo para que, durante o processo de retaliação, não sejam afectadas. As equipas já começaram a andar pelas condutas e a empresa está a recuperar a linha de telefonia fixa que se encontra vandalizada.

As infra-estruturas da Angola Telecom têm sido utilizadas por outras operadoras por ser das empresas que mais investimentos realizou. A partilha permite a redução de investimentos e de riscos de interferências.

A Angola Telecom é uma empresa detida na totalidade pelo Estado. A operadora enfrenta um processo de reestruturação que deve conduzir à alienação de, pelo menos, 55% dos seus activos, assegurando o Estado os restantes 45%, processo que deve ser efectivado na futura bolsa de valores.