Angola termina 2016 na liderança da produção de petróleo em África
Angola aumentou a produção de petróleo de Novembro para Dezembro em 35,6 mil barris diários, ultrapassando a Nigéria na liderança dos produtores de crude em África, indica o último relatório mensal da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
De acordo com dados do relatório, baseados em fontes secundárias da OPEP e compilados pela Lusa, Angola atingiu no último mês de 2016 uma produção diária de 1,724 milhões de barris de crude.
A Nigéria tinha destronado Angola, em Outubro, como maior produtor africano de petróleo, ao fim de sete meses de liderança, devido à diminuição, na altura, no espaço de um mês, de 165 mil barris de crude por dia na produção angolana.
Em Novembro, ainda segundo as fontes secundárias da OPEP, os dois países igualaram-se na produção diária de 1,692 milhões de barris de petróleo.
Em Dezembro, além de Angola aumentar a produção, a liderança angolana resultou da quebra na Nigéria, que perdeu num mês o equivalente a 113,5 mil barris diários.
Em Dezembro, a Nigéria produziu apenas 1,542 milhões de barris por dia, segundo a OPEP.
A produção na Nigéria tem sido condicionada por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna, sobretudo no primeiro semestre.
Entretanto, o acordo alcançado entre os países produtores de petróleo, para reduzir a produção e fazer aumentar os preços, vai obrigar Angola a cortar 78 mil barris de crude por dia com efeitos desde 01 de janeiro, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.
O mesmo relatório da OPEP refere que em termos de "comunicações directas" à organização, Angola terá produzido 1,639 milhões de barris de petróleo por dia (menos 49 milhões de barris de Novembro para Dezembro), enquanto a Nigéria terá chegado aos 1,940 milhões de barris diários (mais 403,9 milhões de barris por dia).
Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas. Em menos de dois anos, o país viu o barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre deste ano, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças.
O mesmo relatório, mas com dados referentes a Novembro, indica que Angola desceu naquele mês para terceiro principal fornecedor de petróleo da China (11% do total), logo depois da Arábia Saudita (15%) e da Rússia (14%).
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...