Angola vai endividar-se em cerca de 938 mil milhões de AKZ
Angola vai recorrer ao endividamento para cobrir o défice de cerca de 938 mil milhões de kwanzas de despesas correntes da proposta de Orçamento Geral do Estado para 2021, noticia a Lusa nesta segunda-feira, citando uma fonte governamental.
Segundo a secretária de Estado do Orçamento e Investimentos Públicos, Aia-Eza da Silva, Angola não vai conseguir pagar as suas despesas com toda a receita que arrecadar.
"Então vamos ter que nos endividar, esse orçamento ainda prevê algum nível de endividamento, daí que seja importante que o défice não seja tão elevado, porque nós já estamos com um nível de dívida do PIB [Produto Interno Bruto] acima dos 100%", disse Aia-Eza da Silva, em declarações à RNA.
A proposta de OGE 2021, com receitas estimadas e despesas fixas em 14,78 biliões de kwanzas, nesta vai terça-feira à discussão e votação, na generalidade, na Assembleia Nacional.
A governante angolana disse que o défice que o orçamento tem neste momento é de aproximadamente 938 mil milhões de kwanzas, "e isso seria o financiamento a ser buscado para o financiamento deste défice, mas esta é só a despesa corrente".
"Depois temos a despesa de financiamento - financiar o défice é uma coisa e vamos ter que fazê-lo -, mas depois vamos ter o financiamento do próprio nível de endividamento, que já temos hoje, e aí ainda são outros dinheiros a considerar", salientou.
A secretária de Estado do Orçamento e Investimentos Públicos admitiu que o OGE para o exercício económico de 2021 foi "um dos mais difíceis de elaborar nesses últimos anos, porque o clima de incerteza é ainda muito grande".
"A nossa produção petrolífera nesse orçamento 20/21 está a decrescer bastante, estamos com uma queda acentuada no PIB petrolífero. Em termos de barris de petróleo, são 1.200 por dia, isto é uma produção bastante reduzida em relação àquilo que seriam os melhores prognósticos sobre este mesmo indicador", frisou.
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