Angolana BestFly deixa Cabo-Verde com prejuízos de milhões e fala em “perseguição” e “vingança”
AVIAÇÃO. Empresa denuncia ambiente de negócios “tóxico” e “experiência traumatizante”. Agência de Aviação Civil cabo-verdiana acusa a empresa de “reiterado incumprimento”.
BestFly, companhia angolana responsável pela gestão dos voos domésticos em Cabo Verde, deixou de operar neste país e deixa um prejuízo calculado em mais de quatro milhões de dólares e acusações às autoridades cabo-verdianas de “perseguição” e “vingança”.
Há duas semanas, ao jornal Valor Económico, o director executivo da BestFly World Wide, Nuno Pereira, garantia que ia ficar por tempo indeterminado. No entanto, a promessa ‘caiu por terra’ . O negócio correu mal. A administração do grupo angolano classificou os últimos meses neste país como um “pesadelo”, tendo em conta o ambiente de negócios “tóxico e punitivo”.
De acordo com Nuno Pereira, os prejuízos à empresa foram provocados por decisões da Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde, a quem acusa de retaliação nos últimos 18 meses em que esteve a operar no mercado.
Em entrevista à estação cabo-verdiana RCV, Nuno Pereira declarava que Cabo Verde estava a “começar a contaminar” os outros negócios da companhia e a prejudicar financeiramente o grupo. O gestor revelou ainda que a experiência de três anos, neste país, foi um “pesadelo” e também “traumatizante”. “Nunca vivi, nunca vi uma situação como vivemos em Cabo Verde, nos últimos 16, 18 meses. Continuamos a gostar muito de Cabo Verde. Saímos de consciência tranquila, porque tudo fizemos para manter a conectividade entre ilhas. Eu próprio, dei a palavra e que estávamos com Cabo Verde para o futuro. Só que, também é um acto de inteligência saber parar, para que não contamine os outros negócios da nossa empresa. E, neste momento, Cabo Verde estava a começar a contaminar os nossos outros negócios, estava a começar a prejudicar financeiramente os outros nossos negócios.”
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