Angonabeiro prevê investir 8,9 mil milhões AKZ
A Angonabeiro, subsidiária do grupo Nabeiro em Angola vai investir 8,9 mil milhões de kwanzas, para melhorar as suas instalações produtivas e ampliar a capacidade de exportação, disse nesta quinta-feira, o diretor geral, Miguel Carvalho.
Do total de investimentos do grupo que detém a marca de cafés Delta, cerca de metade foi financiado através do PRODESI, um programa do Governo que visa apoiar a substituição das importações e diversificar as exportações
“A Angonabeiro está a fazer um investimento total de 8,9 mil milhões de kwanzas para reforçar a sua capacidade produtiva, melhorar a qualidade do seu produto e reforçar a exportação de café Ginga”, destacou o responsável da empresa, durante uma visita à fábrica em Luanda.
Miguel Carvalho explicou ainda que os feitos da pandemia da covid-19 no negócio do café se sentiram sobretudo no início, mas mostrou-se optimista com os resultados até ao final do ano.
“Tivemos uma alteração relativamente grande no perfil de vendas, a empresa estava muito vocacionada para a hotelaria, restauração e cafés e esse consumo está a ser substituído pelo consumo em casa”, declarou
“Atravessámos um período difícil nos meses imediatamente a seguir ao estado de emergência, mas hoje em dia as vendas estão com valores positivos”, complementou, acrescentando que a faturação deve ser “melhor do que no ano passado”, sem detalhar as previsões.
Em 2020, a Angonabeiro prevê comprar cerca de duas mil toneladas de café, em Angola, destinados à exportação de café verde e à produção da marca Ginga para o mercado Angolano e para exportação.
Até Abril, já foram exportadas 160 toneladas de café da safra passada e, a partir de Agosto, com a nova safra, a Angonabeiro prevê recomeçar as exportações, tendo planeada a exportação de 1.200 toneladas de café verde, o que representa um incremento de 203% face aos valores do ano passado, vendido exclusivamente para Portugal.
Miguel Carvalho assumiu, no entanto, algumas dificuldades adicionais no transporte de café das províncias para Luanda, que se encontra sob cerca sanitária, nesta fase inicial da safra.
“Poderíamos ter mais café para trabalhar neste momento se não existisse a situação de pandemia”, realçou.
As exportações seriam também facilitadas com alterações das regras do Banco Nacional de Angola, que impõe actualmente o recurso a cartas de crédito.
O programa de apoio do PRODESI está a ser materializado na renovação das linhas de transformação de café verde, com a implementação de um novo torrador, de novas linhas de embalamento de café em grão e moído, novas etiquetadoras, bem como do projecto de construção de uma linha de rebeneficiamento do café verde e outra linha de produção de cápsulas de café.
A Angonabeiro emprega mais de 100 trabalhadores, 95% dos quais angolanos.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...