ANVA reprova alegado plano de crédito para jovens ambulantes
Comércio. Instituto Angolano da Juventude nega que tenha disponível um pacote de crédito para jovens vendedores ambulantes. Ao contrário do que declara a Associação Nacional dos Vendedores Ambulantes, sublinha pretender apenas ajudar os operadores a formalizarem os negócios.
Associação Nacional de Vendedores Ambulantes (Anva) manifesta-se contra um suposto plano do Instituto Angolano da Juventude (IAJ), que visa conceder crédito exclusivamente a jovens comerciantes. Ao VALOR, o presidente da associação diz ter tomado conhecimento dessa “pretensão” do IAJ, durante uma reunião mantida com a entidade, na passada sexta-feira, dia 18.
José Ambrósio Cassoma, que conta ter-se mantido um pouco “apático” durante o encontro, justifica ser contra o apoio por várias razões, uma das quais relacionada com os ‘estatutos da associação’, em que não distingue o comerciante com base na faixa etária. É também contra a ideia por “poder servir” de incentivo para “os jovens permanecerem na zunga”.
O presidente da Anva defende que, ao invés de concessão de créditos, o IAJ devia optar por promover cursos técnico-profissionais para jovens comerciantes e, só depois de formados, beneficiarem de pequenos empréstimos
para iniciar um negócio que não seja o comércio ambulante. “Não se pode aceitar que meninos nascidos em 2002 sejam zungueiros. Isso é triste. E até gente com menos idade opera não só como ambulante, mas em mercados controlados por diferentes agentes do Estado”, lamenta José Ambrósio Cassoma, que defende, “com urgência, a demarcação dos locais destinados à venda ambulante, como determina a nova lei”.
Também ao VALOR, Jofre dos Santos, director do Instituto Angolano da Juventude, nega que a instituição tenha disponível um pacote de crédito para jovens comerciantes, recordando “não ser vocação do IAJ conceder créditos”.
Peremptório, o jovem dirigente considera que o presidente da Anva “percebeu mal” a informação. E explica que o instituto tem gizado um programa que visa apoiar os jovens comerciantes na formalização e estruturação técnica de negócios, para que possam ter acesso às oportunidades que têm sido concedidas a outros empreendedores. “Há oportunidades que surgem às quais se pode ter acesso sendo um operador formal e é isso que pretendemos fazer com os jovens comerciantes”, reforça Jofre dos Santos.
A direcção do IAJ tomou posse em Fevereiro do ano passado e, desde então, tem procurado “mitigar o desemprego” na classe juvenil. Em 2018, por exemplo, inscreveu mais de 20 jovens empreendedores na Feira Lunga, um espaço comercial localizado no Benfica, com cerca de 300 estabelecimentos para lojas e escritórios. Em Agosto, realizou uma feira de emprego, em que dezenas de empresas tinham disponíveis vagas de trabalho e de estágios profissionais. No entanto, o evento acabou por conhecer um desfecho tumultuoso.
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