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PLATAFORMA CUSTOU MENOS DE 1 MILHÃO USD

Apenas três seguradoras partilham sinistros

SEGUROS. Apenas três operadores aderiram ao novo sistema de partilha e controlo de sinistros. Seguradora pública já inseriu dados avaliados em mais de 54 milhões de kwanzas.

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Das 13 companhias que integram a Associação das Seguradoras de Angola (ASAN), apenas três aderiram ao sistema de partilha e controlo de sinistros, criado pela organização, no caso a Ensa, a Fortaleza e a Nossa Seguros.

A Protteja Seguros justifica a não adesão “imediata” por ainda não ter concluído o processo de integração à ASAN. Garante que até Janeiro de 2019 será membro de pleno direito da associação, e “copiosamente” aderir ao sistema. “Importa clarificar que o processo de inclusão na plataforma é lento, daí que só agora terminou a fase de testes. Tanto é que das associadas na ASAN, apenas a Ensa concluiu o processo. As outras duas estão na fase inicial”, sublinhou Pedro Galha, director comercial da companhia. Embora também não tenha ainda aderido, Paulo Bracons, CEO da Saham, “apoia a implementação” da plataforma, e promete subscrever o acordo tão logo se conclua as mudanças que a companhia está a realizar em seu sistema informático. Paulo Bracons garante iniciar a inserir dados relativos às operações da companhia, durante o primeiro semestre de 2019.

Desde Setembro passado, a companhia pública já inseriu dados avaliados em mais de 54 milhões de kwanzas, segundo o seu presidente Manuel Gonçalves. A Fortaleza está gradualmente a disponibilizar os seus dados e a Nossa Seguros já tem, para inserir, informações de 126 mil apólices do produto automóvel e de 12 mil sinistros abertos, bem como de 16 mil sinistros encerrados.

Denominado ASANnet, a plataforma está dividida em dois sistemas: o Ficheiro Nacional de Matrículas (FNM) e o Ficheiro de Sinistros e Fraudes Automóvel (FSFA). A ASAN descreve a ferramenta como uma base de dados, hospedada no ‘datacenter’ do ITA, e que deverá ser alimentada pelas seguradoras subscritoras do acordo, com informações exclusivas sobre o produto de responsabilidade civil automóvel. Toda a informação estará disponível somente para as companhias que tenham a ‘password’ do sistema.

No FNM, os informes a serem enviados deverão descrever o tipo de cobertura da apólice, com dados como o nome do tomador e as datas de emissão e de encerramento da apólice. As características do veículo, desde o peso, a cilindrada e a matrícula, deverão ser mencionadas.

Já para o sistema FSFA, enviam-se informações sobre os sinistros, a cobertura em causa, o local do incidente e os danos associados ao sinistro. Além de outras valências, a plataforma permite às seguradoras saberem se a matrícula do automóvel que pretenda subscrever um seguro já está segurado noutra companhia, se tem dívidas, além do seu histórico de sinistralidade.

O projecto, iniciado em Junho de 2017 e que ficou concluído em Setembro deste ano, está avaliado em menos de um milhão de dólares, valor 10 vezes inferior a um projecto semelhante, anteriormente idealizado pelo Governo, que prevê registar 300 mil veículos até ao fim do ano e um total de 30 mil sinistros registados.

Para Manuel Gonçalves, igualmente presidente da ASAN, além das seguadoras, a Direcção Nacional de Viação e Trânsito vai poder servir-se do sistema e da base de dados sempre que isso se revelar necessário.