ANIMAM AS FESTAS E PODEM COBRAR ATÉ 300 MIL KWANZAS

As noites rentáveis dos DJ

ENTRETEMENTO. Para ter uma boa música num evento, é necessário pagar entre 50 e 120 mil kwanzas a um DJ (Disck Jockey). Mas os mais famosos, como Malvado, Djeff Afrozila, Paulo Alves, podem cobrar entre os 300 a 500 mil kwanzas por apenas uma hora. Este é dos trabalhos que ainda não recebeu o estatuto de profissão, mas que já rende milhões para quem vive dele.

Os DJ são dos participantes mais solicitados das festas. Sem eles, a festa “quase morre”. Há DJ, por exemplo, que tocam em mais de três eventos por noite, principalmente os que usam um único estilo. Estes ficam entre uma a duas horas na festa, mas o valor que cobram chega a ser o triplo em relação aos que tocam a noite toda. São os chamados ‘homens da noite’ e os que “mais facturam”.

A época com maior número de eventos é o final de ano, com o ‘réveillon’, casamentos, festas de finalistas de cursos, entre outros.

Os de renome, como Dorivaldo Mix, os irmãos Alves ou Djeff podem cobrar a partir de 300 mil kwanzas, revela um realizador de eventos, por uma ou duas horas de ‘show’. Os que estão ainda a conquistar terreno cobram menos de 100 mil e podem chegar até aos 150 mil kwanzas por noite.

A profissão, apesar de ser bem remunerada, ainda trabalha à base do sistema informal, sem facturação. Apesar da apreciação de que a profissão “é rentável”, há quem lamente que a procura “baixou muito” desde que o país começou a viver a crise financeira.

Existem casas especializadas na venda e prestação deste serviço de DJ, como a ‘Loja do DJ’, na Avenida Brasil, em Luanda, que faz aluguer de aparelhagem, assistência técnica, venda de todo tipo de material para DJ e tem disponível também DJ para todo tipo de festas e eventos.

Aqui, por exemplo, para o aluguer do material completo para um evento na Cidadela Desportiva, o valor ronda entre os 100 e os 150 mil kwanzas. A loja tem, em média, cinco trabalhos por mês, o que se pode deduzir que, apesar da crise, o trabalho ainda rende.

A loja do ‘Tio Maninho’, como também é conhecida, tem cinco funcionários, sendo dois DJ, um motorista, um relações públicas e o electricista.

Há ainda os DJ que também dispõem de material para aluguer, como é o caso do João Marques, Danger, João Lopes entre outros.

Muitos dos DJ informais têm contratos fixos com casas nocturnas, lançam discos, outros trabalham em rádios como técnicos de som outros ainda têm programas nas rádios como os irmãos Ricardo e Paulo Alves, na rádio FM Stereo. Tudo isso ajuda a que não fiquem parados.

Milton Sérgio pensa que quando se faz alguma coisa e se pode viver do que se faz, deve-se considerar um profissão, pois maior parte dos DJ vive desta prática. E considera que “um bom DJ não se define pelo estilo que toca, mas pela versatilidade que consegue apresentar.”

O DJ alerta que, muitas vezes, para um profissional se manter e conquistar espaços “precisa de patrocínio”. “Há DJ que recebem patrocínios de terceiros para conseguir manter-se”, assegura.