BAD prevê inflação de 25% e recessão de até 5,3%
O Banco Africano de Desenvolvimento reviu em baixa as perspectivas para a economia de Angola, atencipando agora uma recessão que pode chegar a 5,3% e um aumento de 24,3% nos preços este ano.
"A pandemia da covid-19 e a dramática redução nos preços do petróleo minaram os esforços das reformas, exacerbando a situação macroeconómica que já era frágil, e limitando as perspectivas para uma rápida recuperação económica", lê-se no suplemento às Perspetivas Económicas Regionais, o relatório anual do BAD sobre as economias africanas.
O documento, que revê fortemente em baixa as estimativas apresentadas no final de Janeiro, antevê uma queda do PIB em Angola entre 3,1%, no cenário base, que pode ir até 5,3% no cenário mais grave.
"A redução da receita fiscal ligada ao petróleo, que representa cerca de 60% do total da receita, vai contribuir para um défice orçamental que pode ir de 4,4% do PIB até 9,7%", no cenário mais pessimista.
No documento, que coloca Angola em 43.º lugar dos 54 países africanos e em 170.º dos 195 países a nível mundial em termos de preparação do sistema de saúde (Índice Global de Segurança Sanitária), os analistas do BAD alertam que "as perspectivas sombrias de crescimento, num contexto em que o país entra no quinto ano de recessão, vão aumentar os desafios sociais num país com 32% de desemprego".
Nas previsões originais, apresentadas no final de Janeiro, o BAD previa um crescimento de 2,8% e uma inflação de 11,2%, com um excedente orçamental de 0,1%, que agora se degradou para 4,4%.
África passou na quarta-feira o meio milhão de casos da covid-19 e o número de mortes subiu para 11.955, mais 333 nas últimas 24 horas, segundo os dados mais recentes sobre a pandemia no continente.
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