Banco Keve altera gestão e Rui Campos assume o ‘board’
BANCA. Arlindo Rangel é substituído na comissão executiva por Rui Campos, antigo presidente do Recreativo do Libolo. Mexida acaba com modelo dual de governanção e coloca, entre os administradores, um antigo executivo do BPC. Filha de Higino Carneiro mantém-se na administração.
Os accionistas do Banco Keve (BK) decidiram substituir Arlindo Ngueva das Chagas Rangel na presidência da comissão executiva da instituição, por Rui Eduardo Leão da Costa Campos, numa movimentação que acaba com o modelo dual de governação e implementa a gestão única no banco.
Ngueva Rangel, que ocupava o cargo de PCE desde 2015, desce para vice-presidente da comissão executiva e passa a reportar directamente a Rui Campos, que, com a alteração do modelo de gestão, passa a acumular as pastas de presidente do conselho de administração e da comissão executiva.
Antes de assumir a comissão executiva, Rui Campos desempenhava funções de PCA não-executivo do banco. O modelo dual de governação corporativa admite um presidente do conselho de administração e um da comissão executiva e vigora em várias instituições do sistema bancário nacional. Entre os cinco maiores, não é prática no BIC e no público BPC, sendo que, neste último, só aconteceu durante os sete meses que se seguiram à exoneração de Paixão Júnior.
A saída de Ngueva Rangel da presidência da comissão executiva seguiu-se a uma assembleia-geral realizada há duas semanas e que anunciou também a ‘contratação’ de João Freire, antigo administrador do Banco de Poupança e Crédito (BPC), na gestão de Paixão Júnior.
Na nova estrutura da administração passam a integrar os nomes de Rui Campos, como presidente do conselho de administração, e André Luís Brandão, vice-presidente do conselho de administração, e vários administradores, entre executivos e não-executivos.
Contas em breve
Apesar de já terem reunido os accionistas, ainda não se conhece o desempenho do banco durante os dois meses do ano passado. Fonte do VALOR garante que as contas devem ser tornadas públicas “brevemente”, apontando para a passada sexta-feira e o início desta semana. Intervalo que colocaria o banco a respeitar os prazos determinados pelo BNA para a apresentação das contas anuais que termina a 31 de Abril.
De acordo com o balanço de 31 de Dezembro de 2016, o banco fechou o exercício financeiro deste período com um lucro líquido de 2.488 milhões de kwanzas, um avanço considerável de 203% face às margens de igual período anterior, cujos rácios mostravam apenas 821,4 milhões de kwanzas.
O activo do banco cresceu 8%, ao sair de 130.776 milhões de kwanzas, em 2015, para os 140.687 milhões, até 31 de Dezembro de 2016. Indicadores que marcam a passagem de Ngueva Rangel.
Os activos e lucros que Rui Campos herda
Activos
2011 – 645,7
2012 – 895,5
2013 – 1.006,0
2014 – 1.140,9
2015 – 961,6
2016 – 843,9
Lucros
2011 – 6,6
2012 – 14,5
2013 – 13,4
2014 – 16,8
2015 – 6,04
2016 – 14,9
Fonte: Relat?rio e contas do Banco Keve Unidade: milh?es de USD.
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