Banco Postal tem até 40 milhões kz para operadores informais
BANCA. Entidade deve desembolsar em microcrédito até 40 milhões de kwanzas para operadores informais. Do montante, dois grupos já viram processos aprovados. Objectivo é financiar 40 ‘grupos solidários’. Ter conta no banco e constituir poupança são as condições de acesso.
Um novo produto de microcrédito foi lançado pelo Banco Postal e prevê apoiar agentes económicos que actuam no sector informal, com um montante de até 40 milhões de kwanzas, adiantou ao VALOR Virgílio Mendes, responsável da entidade bancária para o segmento comércio e empresários.
Através desta unidade de negócio, a instituição quer fomentar a actividade de pequenos empreendedores, desde comerciantes de roupas, vendedores de refeições a mecânicos.
Para concorrer ao financiamento, os interessados deverão ter conta aberta no Banco Postal, organizar-se em grupos de três a 10 elementos, a que a entidade designa por ‘grupo solidário’, além de fazer um depósito que varia entre os 200 e 400 mil kwanzas.
“O mais importante para essas operações é o critério da prudência. Financiar o sector informal é um grande desafio. Não podemos disponibilizar volumes que ponham em causa as operações e os objectivos do Banco Postal, comércio e empresários. O que mandamos para lá [para os clientes] são montantes bem controlados e que não ponham em risco o orçamento do banco”, referiu o gestor.
Para já, os 40 milhões de kwanzas disponíveis devem ser desembolsados até ao final de 2018 a 40 grupos solidários. Do montante, já terão sido despachados processos de dois grupos.
Virgílio Mendes aponta a constituição de popupanças como outro dos objectivos associados à criação dos grupos solidários, tendo em conta os valores mínimos exigidos de depósito. “A ideia de criar grupos solidários é, na verdade, garantir que as pessoas tenham poupança suficiente para financiar ou cobrir o crédito.”
Inquérito para crédito
Para a validação do empréstimo, estão definidas etapas. Desde logo, uma equipa do banco faz levantamentos do negócio do cliente, com questionamento sobre os objectivos do negócio. Segundo o banco, as perguntas “permitem aferir se, de facto, esta entidade ou este cliente gere bem o seu negócio ou apenas é uma pessoa que viabiliza uma actividade comercial sem controlo”.
Questionado sobre as garantias tradicionais do crédito, nomeadamente o avalista, rendimento fixos no banco, Vigílio Mendes assegura estarem acauteladas “questões prudenciais”, quando lembrou sobre os riscos associados à operação de crédito.
Como declara, a estratégia do banco já prevê que se comece a trabalhar o crédito com toda a prudência que se impõe. “Depois de avaliarmos as repostas às questões dos clientes, decidimos se queremos avançar para a operação de crédito ou não. Até agora, tem sido positivo, porque a nossa força de venda comercial tem sabido identificar os clientes certos”, declara.
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