NO PROGRAMA DE PRIVATIZAÇÃO DE EMPRESAS

Bancos são candidatos “naturais” a accionistas da BODIVA

PRIVATIZAÇÃO. Bolsa de Dívida e Valores de Angola é das empresas públicas a privatizar. Está no plano do Governo e deve acontecer nos próximos tempos. Actual administração considera que bancos são, entre vários membros, “candidatos naturais” para o controlo da unidade de negociação.

 

Bancos são  candidatos “naturais” a accionistas da BODIVA

Os 29 bancos comerciais do sistema financeiro são candidatos “naturais” no grupo de organismos que podem vir a controlar a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), dentro do plano de privatização das empresas estatais. A indicação é da actual administração.

Actualmente, actuam na BODIVA 15 dos 29 bancos e mais duas correctoras de intermediação financeiras, mas a lista pode abarcar outros nomes, desde que preencham os requisitos para a admissão no processo.

“Sendo os maiores utilizadores da Bolsa, os bancos, é natural que estes também façam parte do seu grupo de accionistas”, considera a presidência da comissão executiva do organismo ao VALOR.

A administração da BODIVA considera que o facto de a bolsa ter sido criada como sociedade anónima antecipa um futuro de privatização. E dá exemplo de outras realidades que terão seguido o mesmo caminho.

“A BODIVA foi constituída, desde a sua criação, como sociedade anónima, tendo sido sempre se mantido em mente que, à semelhança do que ocorre em outras latitudes do mundo, a mesma deve ser privatizada”, explicou o organismo em resposta ao VALOR, que questionou o número de bancos que já manifestaram interesses e a data efectiva de privatização da BODIVA.

A actuação dos 15 bancos membros e duas correctoras de intermediação movimentou, no segundo trimestre do ano que corre, 1.339 negócios nos mercados regulamentados transaccionando um total em kwanza de 215.278,4 milhões, equivalentes a 889.940.762,52 dólares (à taxa de câmbio média de 30.06.2018). As operações do referido trimestre representam um aumento de 154,68% face ao período homólogo anterior.

O BFA foi o que mais se destacou no segundo trimestre, ao controlar 49.97% da quota do mercado.

O banco foi responsável de 215 mil milhões de kwanzas (corresponde ao somatório das compras e das vendas, isto é, double counted), tendo a sua quota de mercado aumentado de 30,92% para 49,97%.

Já o SBA viu a sua quota de mercado diminuir de 37,48% para 23,77%, apesar de ter negociado 102,3 mil milhões. Em termos gerais, apenas nove membros contribuíram para o montante negociado.