Barragens com menos de 3,6% de água devido à seca
Situação agravou-se face à seca que fustigou o país em 2017.
O Governo cabo-verdiano voltou a apelar nesta segunda-feira, 12, a população para "comportamentos sustentáveis" e "uso racional" da água, numa altura em que as barragens estão com menos de 3,6% da sua capacidade, devido à falta de chuva este ano.
"Nas cinco albufeiras monitorizadas pela ANAS, o volume de água armazenado é inferior a 3,6% da sua capacidade. Face à seca que fustigou o ano de 2017, com acúmulo dos anos anteriores, a situação agravou-se", avançou em conferência de imprensa, na cidade da Praia, o presidente da Agência Nacional de Água e Saneamento, citado pela Lusa.
Miguel Moura deu como exemplo a barragem de Poilão, no interior da ilha de Santiago e a primeira a ser construída no país, que tem um nível "mínimo e insignificante", enquanto o nível de água nas restantes encontra-se "abaixo da tomada".
"Em consequência disso, o país não consegue satisfazer neste momento metade do seu consumo desejado para as necessidades agrícolas", disse o presidente da ANAS, indicando que a água acumulada vem de anos anteriores e que algumas barragens estão praticamente secas.
A conferência de imprensa da ANAS acontece dois meses após o Governo cabo-verdiano ter declarado a situação de emergência hídrica no país por causa da falta de chuva, com medidas para racionalizar a utilização da água, em que a prioridade é dada ao consumo humano, tal como estipula o Código de Água.
Miguel Moura avançou que enquanto a situação se mantiver, serão tomadas algumas medidas restritivas, como proibição de novas licenças para abertura e exploração de novos furos, emissão de novas licenças para aumento, aumento da área irrigada e ampliação dos calendários de rega.
JLo do lado errado da história