BDA ‘evita’ tema do Deutsche Bank
Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) está a evitar esclarecimentos sobre a linha de financiamento do Deutsche Bank, da qual é operador, com argumento de que “tudo o que pode esclarecer” sobre o tema é o que “foi dito e publicado na semana passada”, referindo-se às matérias publicadas na sequência dos pronunciamentos do Presidente da República.
O Valor Económico pretendia saber dos números actualizados do desempenho da referida linha de crédito. Até Março de 2021, os dados davam conta de 19 candidaturas de financiamento, seis das quais tinham cumprido os requisitos da linha e formalizaram as respectivas candidaturas. No entanto, apenas quatro estavam aprovadas pelo comité de crédito, perfazendo um total de cerca de 157,514 milhões de euros. E apenas duas manifestaram anuência às condições apresentadas.
Entre as condições, com base no Acordo-Quadro, assinado entre o Governo, o Deutsche Bank e o BDA, enquanto operador da linha, “a emissão de uma garantia soberana constitui uma das condições precedentes para a celebração de acordos individuais de financiamento entre o BDA e o D.B para fins de repasse ao promotor”.
Ainda à luz do acordo, “os desembolsos ocorrerão por meio de pagamentos directos aos fornecedores efectuados pelo Deutsche Bank, ao passo que o promotor reembolsará o crédito em moeda nacional ao BDA, cabendo a este o reembolso ao Deutsche Bank em moeda estrangeira”.
Segundo esclarecimento prestado pelo BDA, em Março de 2021, “todas as diferenças cambiais resultantes, desde a contratualização do financiamento à data de reembolso, serão suportadas pelo Tesouro Nacional, isentando os promotores isentos do risco cambial”.
Na ocasião, salientou ainda que o principal constrangimento está relacionado com a capacidade de comparticipação dos promotores para suprir os encargos da linha, fixados em cerca de 15%.
Em declarações a cinco órgãos de comunicação social, João Lourenço mencionou ser uma “vergonha” o empresariado angolano não conseguir ter acesso à linha de crédito de 1.000 milhões de euros, disponibilizadas pelo banco alemão Deutsche Bank.
Apenas uma empresa, no caso o Grupo Carrinho, teve acesso à linha, contratando cerca de 200 milhões de euros. A empresa mereceu elogio de João Lourenço. E, na sequência, diversos empresários se manifestaram descontentes com os pronunciamentos do Presidente da República.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...