BFA afasta pela quarta vez gerência do balcão de Menongue
DESVIOS. Única agência BFA no Kuando-Kubango está a ser gerida, actualmente, por ?dois subgerentes, em virtude da detenção pela Polícia Nacional do gerente principal. Utilização indevida de recursos e desvio de divisas para mercado informal justificam afastamento da actual e de antigas gerências, segundo fontes do banco.
Um grupo de gestores da única agência do Banco de Fomento Angola (BFA), no Kuando-Kubango, foi afastado da direcção da instituição, por alegadamente ter participado de um esquema de “desvio de fundos e má utilização de recursos”, o que levou à detenção, por um mês, do último gerente do balcão local, soube o VALOR de fontes do banco.
Da equipa desfeita, integra um grupo de colaboradores do caixa e técnicos de tesouraria, afastados entre finais do ano passado e início deste ano, altura em que a administração central em Luanda autorizou a entrada ao banco de novos quadros para o preenchimento de vagas daquela agência localizada na rua direita do aeroporto de Menongue.
Ao que o VALOR apurou de fontes locais, terão pesado para a suspensão e detenção do último gerente do balcão ‘18-01 Menongue’, uma acção de aplicação indevida dos recursos em moeda estrangeira, canalizadas para vendas semanais, e fora dos requisitos instituídos pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
O VALOR contactou, entretanto, a administração e a direcção de marketing do BFA, em Luanda, para confirmar o facto, mas a entidade bancária recusou-se a fazer comentários.
“A decisão do banco é não comentar nada sobre este assunto”, respondeu a administração, pela voz da directora de marketing, Ana Macedo.
Esta é a quarta vez, desde 2005, que a equipa de gestão da agência BFA na província é mudada, “por quase os mesmos motivos”, segundo fonte local, acrescentando que “há dois anos que já não se alterava” o pessoal da gerência.
“Na agência 18-01, há muitas falcatruas de gestão. Desde que o banco abriu esta agência, em 2005, já foram afastados entre três e quatro equipas, desde gerentes a colaboradores do caixa”, sublinha a mesma fonte, acrescentando que o último gerente da agência “foi visto a circular pela cidade, na semana passada”.
Actualmente, e na sequência das medidas punitivas instauradas, a única agência do BFA na província está a ser gerida por dois subgerentes, em virtude da detenção pela Polícia Nacional do gerente principal, num processo de acusação de utilização indevida de recursos e desvio de divisas para o mercado informal.
Segundo ainda a fonte, o gerente, que, há uma semana, estava sob detenção e investigação policial, dava “ordens de utilização de moedas estrangeiras e colocava-as no mercado informal”. “Ele e sua equipa pegavam nos dólares do banco e despachavam lá fora, substituindo com os equivalentes em moeda nacional ao câmbio de venda, para simular que os dólares foram vendidos pelo banco”, assegura a fonte conhecedora do processo.
AUDITORIA ORDENA PRISÃO
O processo de afastamento da última equipa de gestores e um pequeno grupo de colaboradores sucede ao processo de auditoria interna que a administração central de Luanda ordenou para o único balcão BFA no Kuando-Kubango.
De acordo com outra fonte, uma semana depois da conclusão do processo de auditoria, o gestor foi detido pela polícia, por ordem da comissão de inquérito e de auditoria do único balcão da província.
Aliás, o gerente afastado estava à frente do banco por apenas seis meses, desde que saiu do Lubango, na Huila, onde exercia funções similares.
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