Biden propõe nova embaixadora para Angola
O presidente norte-americano, Joe Biden, nomeou Abigail L. Dressel como nova embaixadora em Angola e São Tomé e Príncipe, substituindo Tulinabo S. Mushingi que chegou a Angola em 2021.
De acordo com um comunicado publicado na página da Casa Branca, junto com a intenção de nomear a nova embaixadora dos EUA em Angola, foram também indicados mais outros nomes para cargos “chave” na administração de Biden.
Abigail L. Dressel foi aluna do actual presidente dos EUA e actualmente é vice-chefe de missão da Embaixada dos EUA na Argentina e anteriormente serviu como vice-chefe de missão em Moçambique. Abigail Dressel foi também conselheira de assuntos públicos da Embaixada dos EUA na Colômbia e de 2014 a 2017, trabalhou como conselheira de assuntos públicos da Embaixada dos EUA no Brasil. A futura embaixadora já ocupou cargos nas embaixadas dos EUA em Angola, Portugal, Peru e El Salvador.
Tulinabo Mishingi, só terminaria o seu mandato em 2025, mas o processo de substituição foi já iniciado pela Casa Branca.
Abigail L. Dressel fala português e espanhol graças à sua experiência nos países lusófonos e hispânicos.
Mandato polémico e acusações de ser “pró-governo”
O actual embaixador dos EUA tem tido um mandato marcado por declarações polémicas que levam alguns analistas angolanos a considerá-lo "pró-governo”. Um dos momentos que mais marcou foi quando destacou as reformas implementadas pelo Governo, liderado por João Lourenço, dois dias depois da abertura da campanha eleitoral. Em declarações à imprensa, o embaixador elogiou as reformas implementadas pelo Governo, considerando-as “visíveis” e que “só não as via quem não queria”. As declarações geraram polémicas e a embaixada dos EUA, na altura, chegou a emitir uma nota de imprensa a tentar justificar as declarações do embaixador. Outro momento aconteceu com uma entrevista à rádio Voz da América (VOA). Quando questionado sobre as denúncias de activistas, da oposição, de organizações não-governamentais como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, bem como o relatório do Departamento de Estado norte-americano que indicam violação dos direitos humanos, Tulinabo S. Mushingi afirmou ter observado "uma trajectória que parece, até agora, ir no sentido positivo". Nesta entrevista, Tulinabo S. Mushingi destacou as eleições de 2022 como sendo “pacíficas, bem organizadas, com oito diferentes partidos, em que a UNITA ganhou muitos deputados” e “uma democracia que ainda está a amadurecer". As declarações mais uma vez estiveram em debate com acusações de que o embaixador confirmava ser “pró-governo”. Recentemente, o líder da Unita, Adalberto Costa Júnior, acusou os EUA de terem "dupla face" quando lidam com Angola ao dizer que tanto elogiam como apontam o dedo à gestão de João Lourenço.
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