ATÉ 2022 DEVERÃO SER 235 MW

Biocom prevê vender 200 mil MW de energia à RNT até 2018

INDÚSTRIA. Empresa prevê igualmente, até finais do próximo ano, aumentar níveis de produção de açúcar, tendo já dado início ao processo de moagem de cana.

 

A Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom) prevê produzir, até ao final do próximo ano, 15.278 metros cúbicos de etanol, o que deverá permitir a comercialização de 200 mil megawatts (MW) de energia eléctrica à Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT), a entidade pública vinculada ao Ministério de Energia e Águas e que detém o estatuto de ‘comprador único’ da energia produzida no país.

A revelação é do director-geral adjunto da empresa, Luís Bagorro Júnior, que, em recentes declarações à imprensa, assinalou ainda que as metas actuais superam os resultados do ano passado, em que a produção de etanol se fixou em 14.263 metros cúbicos, o que permitiu a ‘exportação’ (venda) de 57 mil MW de energia eléctrica à RNT.

Até finais do próximo ano, a Biocom prevê igualmente aumentar os níveis de produção de açúcar, tendo já dado início ao processo de moagem de cana, no passado dia 29 de Junho, para a safra 2017/2018.

Para o período em referência, a empresa estabeleceu uma meta de produção de 62.947 toneladas de açúcar, um volume 15% superior ao resultado alcançado no ano passado, quando foram produzidas 52 mil toneladas do produto.

Para atingir a meta de produção ,deverão ser processadas, este ano, na unidade agro-industrial da empresa, em Cacuso, Malanje, 601 mil toneladas de cana-de-açúcar, colhidas numa área de 12.600 mil hectares.

Em 2016, segundo os dados da empresa, a moagem foi de 510 mil toneladas de cana e a área de colheita foi de 9.272 hectares.

SECA ATRAPALHA

Segundo Luís Bagorro Júnior, os motivos do aumento nos volumes de produção estão na contínua expansão do plantio e nos ganhos de produtividade obtidos a cada ano, tanto na área agrícola quanto na indústria.

Entretanto, segundo afirma, os números poderiam ser ainda maiores se não fosse a seca, sendo que este ano choveu 25% a menos do que a média histórica. “Para reduzir esse efeito no futuro, a empresa irá multiplicar as variedades de cana mais adaptadas a este clima e que proporcione também uma alta concentração de açúcar”, assinalou.

Júnior considera os actuais resultados “satisfatórios”, atribuindo o “sucesso” ao investimento que tem sido feito em novos equipamentos, em tecnologia de ponta e na formação de recursos humanos.

Com base nesse quadro, assegura que a Biocom deverá atingir as metas de produção previstas, acreditando que o projecto, quando atingir a sua fase de maturidade, na safra 2021/2022, deverá permitir a produção de 256 mil toneladas de açúcar (o equivalente a 60% do total do consumo actual no país), além de 33 mil metros cúbicos de etanol anidro e 235 mil MW de energia eléctrica.

Outro aspecto destacado por Luís Bagorro Júnior é a evolução no número de trabalhadores angolanos a ocupar cargos técnicos e de liderança na empresa. No último ano, segundo o gestor, a presença de expatriados diminuiu, sendo que, actualmente, 93% dos trabalhadores são angolanos.

Para o arranque do projecto da Biocom, para a produção de açúcar, etanol e electricidade, em Malanje, foram investidos 750 milhões de dólares, segundo os dados oficiais. A Biocom é composta por três grupos associados, nomeadamente a Cochan (40%), Odebrecht Angola (40%) e Sonangol Holdings (20%).