BNA corta para mil milhões de kwanzas empréstimos ao Estado
FINANCIAMENTO. Administração central deixou de receber 6,4 dos 1.195 milhões de kwanzas líquidos das 'ajudas' que o Banco Nacional de Angola fez em Janeiro ao Estado. Dos cofres do banco central, também deixam se sair 1,6 milhões de kwanzas destinados a outros sectores públicos.
O Banco Nacional de Angola (BNA) retirou 126 milhões de kwanzas ao volume de crédito cedido à administração central do Estado, em Fevereiro, baixando para 1.069,2 milhões de kwanzas líquidos, um corte de 6,4% face ao montante disponibilizado no mês anterior, de acordo com dados preliminares das últimas estatíticas monetárias do banco central.
Com excepção de Dezembro, este é o montante mais baixo que o Governo central recebe do BNA, desde Agosto do ano passado, altura em que as ‘ajudas’ já chegavam aos 1.159 milhões de kwanzas.
Integram a administração central do Estado a Presidência da República, os ministérios e os governos provinciais, entidades que terão recebido das ‘mãos’ do governador do banco central, Valter Filipe, um empréstimo total de 1.069,2 milhões de kwanzas para responsabilidades diversas, em Fevereiro.
De acordo com a lei n.º 16/10, de 15 de Julho, também conhecida por ‘Lei do Banco Nacional de Angola’, o banco central pode abrir, ao Estado, um crédito em conta corrente até ao limite equivalente a 10% dos montantes das receitas correntes, cobradas no último ano.
A lei obriga a que este valor e os respectivos juros sejam liquidados até 31 de Dezembro do ano em que se libertou o empréstimo, “ainda que, para o efeito, haja recurso a títulos de dívida pública, negociáveis e portadores de juros”, conforme sublinha o número 2, do artigo 29.º da mesma lei.
Às últimas estatísticas monetárias, o BNA não junta quaisquer explicações sobre a redução do empréstimo à administração central, nem especifica a finalidade do crédito.
Os empréstimos não baixaram apenas para a administração central. Dos cofres do BNA, também deixaram de sair dos 1,6 milhões aos 84,4 milhões de kwanzas, que, até Janeiro último, o sector público (excluindo o Governo central) recebia do banco central.
A rubrica ‘sector público’ está anexa à categoria ‘crédito a outros sectores residentes’, que integra ainda crédito a outras instituições financeiras não-monetárias e crédito a outros sectores residentes privados.
O crédito às outras instituições financeiras não-monetárias progrediu 18,7% para mais de cinco milhões de kwanzas. Ou seja, um ‘reforço’ de mais 805 mil kwanzas aos anteriores 4,2 milhões de kwanzas de Janeiro.
Da categoria ‘crédito a outros sectores residentes’, foi o sector privado que mais kwanzas absorveu dos empréstimos do BNA. Até Fevereiro, tinham sido cedidos 3,3 milhões de kwanzas, contra os anteriores 3,2 mil milhões.
DINHEIRO ‘NA RUA’ CAI
O BNA também mexeu, ao abrigo da sua estratégia de controlo da política monetária, no dinheiro em poder do público, reduzindo-o, de 6,5 mil milhões de kwanzas, em Janeiro, para 6,4 mil milhões em Fevereiro.
As reservas internacionais líquidas do país fizeram caminho inverso, ao sairem de 3,3 biliões de kwanzas, em Janeiro, para 3,4 biliões de kwanzas, equivalentes a 21,2 mil milhões de dólares, números, entretanto, abaixo dos dados anteriores 22 milhões de dólares apresentados recentemente por Valter Filipe à Telvisão Pública de Angola (TPA), em grande entrevista.
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