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BNA inclui Itália no plano de ‘recuperação’ da imagem da banca

BANCA.Banco central solicitou apoios de assistência técnica à congénere italiana, numa estratégia de actuação que deve incluir ainda Associação Angolana de Bancos e seus associados e vários bancos comerciais da Itália. Principais bancos italianos mostram vontade em cooperar.

 

O Banco Nacional de Angola (BNA) vai contar com ajuda do banco central da Itália e de vários bancos do sistema financeiro do país europeu no domínio de assistência técnica e de intercâmbios operacionais, com vista ao fortalecimento das relações entre as instituições, de acordo com uma nota divulgada no site do regulador angolano.

De acordo com o banco central, os acordos foram traçados durante vários encontros que uma delegação do BNA e de vários bancos comerciais angolanos tiveram com entidades da banca italiana, com o objectivo de “alcançar um quadro efectivo de entendimento, que facilite acordos múltiplos, sobretudo a nível de assistência técnica do Banco de Itália para o Banco Nacional de Angola”.

Chefiada pelo governador do BNA, Valter Filipe, a delegação angolana sentou-se ainda à mesma mesa com investidores italianos e com a Agência Italiana de Crédito à Exportação (S.A.C.E), que, segundo dados do BNA, detém 4,7 mil milhões de euros em património.

Esta é a terceira vez, em dois meses, que a administração de Valter Filipe se desloca ao estrangeiro com o objectivo de reforçar as relações com bancos centrais de outros países. O périplo inicia na África do Sul, quando o BNA, a convite do governador do Federal Reserve Bank (Banco Central da África do Sul), Lesetja Kganyago, reconheceu a necessidade de cooperação com aquele bem reputado banco central.

O objectivo é o mesmo: reforço das relações bilaterais entre os dois bancos centrais e no sentido de partilhar as acções e observações das boas práticas internacionais, recomendadas por Basileia II e III e pelo Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI).

Seguiu-se Portugal. Mas lá o objectivo foi, segundo o próprio governador do BNA, a busca de “apoio técnico para que o BNA venha a ser aceite como equivalente de supervisão bancária do Banco Central Europeu (BCE)”.

Para Valter Filipe, pretende-se igualmente “abrir um horizonte de relações permanentes”. O governador falava à saída do encontro com altos representantes da autoridade monetária italiana, acompanhado de altos quadros do BNA, nomeadamente a vice-governadora, Susana Monteiro, a administradora, Ana Paula Rodrigues, além de outros directores e responsáveis da Associação Angolana de Bancos (ABANC).

Também foram mantidos encontros com o Instituto para o Comércio Externo (ICE), o Grupo Cremonini, instituições voltadas para o crédito à exportação, fomento comercial, seguro ao crédito, protecção de investimentos, agricultura, indústria alimentar e promoção de relações económicas com pequenas e médias empresas de países estrangeiros.

Do lado de Angola, e no âmbito de reforço de parceria, decorreram, posteriormente, reuniões conjuntas entre o BNA – os bancos Millennium Atlântico, BPC, BAI, BIC, BFA e Caixa Angola – com o banco italiano Intesa Sanpaolo, representado por Vittorio Ballerio, director de relações globais, também responsável para África, Hugo Patrick Doyle, chefe das relações públicas internacionais e Emanuele Delli Cicchi, relações internacionais.

 

Gigante italiano e BNA reunidos

Outro encontro que marcou a ida de Valter Filipe a Roma foi com os administradores do UniCredit, o segundo maior banco da Itália. Na reunião, foram debatidas as “melhores estratégias de cooperação em vários segmentos”, uma espécie de frente-a-frente entre responsáveis da banca angolana e italiana, esta que esteve igualmente representada ao mais alto nível, segundo resume a nota do BNA disponível no site.

Dos temas abordados por Angola, sobressaem o “perfil do Sistema Financeiro Angolano”, apresentado pelo conselho da administração do Banco Nacional de Angola, que reiterou o “seu compromisso com o cumprimento escrupuloso das normas de Basileia II e III e recomendações do GAFI”.