ANGOLA GROWING
ANGOLA TEM BOLSA DE VALORES DESDE A SEMANA PASSADA

BODIVA termina ‘luta’ com negociações em tempo real

MERCADO DE CAPITAIS. Arranque da bolsa de títulos em ambiente tecnológico fecha ciclo de três anos de procura de modelos para bolsa de Luanda, iniciado em Novembro de 2014. Mercado aberto desde 2015 já negociou três mil milhões de dólares. Famílias vão poder aplicar poupanças.

Foi com o toque do sino dos mercados de bolsa que o ministro das Finanças, Augusto Archer Mangueira, deu o ‘tiro de largada’, na semana passada, das operações do mercado de bolsas de títulos angolanos, acção que põe fim a quase três anos de ‘batalhas’ na procura do melhor modelo para a implementação em Angola.

Com o lançamento desta unidade, passa a ser possível a negociação de compra e venda de títulos em tempo real, permitindo a visibilidade de preços e de quantidades de títulos emitidos, além da concretização de uma bolsa que “funciona ao mesmo nível que as praças financeiras de referência em todo o mundo”, de acordo Archer Mangueira, a quem coube o anúncio do início das primeiras operações da bolsa de Luanda.

Do processo iniciado em Novembro do ano passado, com o lançamento da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), destaca-se o mercado de bolsa e a Central de Valores Mobiliários (CEVAMA), pela possibilidade de, por esta via, surgirem mais mercados, nomeadamente o obrigacionista e accionista.

De acordo com a estratégia de actuação da Comissão do Mercado de Capitais (CMC) 2012-2017, os mercados de valores mobiliários estão divididos em cinco segmentos: dívida pública, dívida corporativa, fundos de investimentos, acções e futuros. Segmentos que, com o mercado de bolsa e da CEVAMA, ficam mais perto de arrancar, prevê o ministro das Finanças.

Actualmente, apenas um mercado está em pleno funcionamento, o de dívida pública, aberto em finais de 2014, com a emissão inaugural de títulos do Ministério das Finanças. É a este mercado em que o Estado, através das suas unidades orgânicas, recorre para captar recursos para cobrir, entre outros,despesas correntes e de investimentos.

A bolsa de valores destina-se a promover a poupança e a canalizá-la para as empresas e para as políticas públicas, de modo eficiente, colocando no processo produtivo os recursos que outros canais têm mais dificuldades em mobilizar, defendeu Archer Mangueira, ao elencar as vantagens da entrada em operacionalização do mercado de bolsa.

Segundo o titular da pasta da Finanças, que já foi presidente da CMC, o país passa a contar com um ambiente de negócios que “proporciona a adequada segurança jurídica e legítima confiança de quem investe e se financia, em que as ordens de compra e venda dos investidores são transmitidas, registadas e concretizadas em tempo real”.

Desde que foi aberto, em Maio do ano passado, ainda sob forma de Mercado de Registo de Títulos do Tesouro (MRTT), com a primeira transacção a ser absorvida na totalidade pelo Banco de Fomento Angola (BFA), a BODIVA já transaccionou cerca de três mil milhões de dólares.

FAMÍLIAS GANHAM

Outra vantagem do mercado de bolsas é a possibilidade de os particulares e demais detentores de poupanças poderem aplicar os seus recursos na aquisição de títulos, fazendo-os render, operação que serão realizadas, inicialmente, pela contratação de um serviço de intermediação financeira autorizado e credenciado pela CMC.

“Qualquer pessoa que tenha alguma poupança pode agora criar a sua carteira de títulos do Tesouro, recorrendo aos serviços da BODIVA e dos seus agentes de intermediação”, anunciou Archer Mangueira, para quem esta medida ajuda na dinamização da economia.