Bonws e Saham apoiam proposta de aumento de capital
A Saham e a Bonws Seguros estão a favor do aumento de capital mínimo nas seguradoras, como foi sugerido pela Nossa Seguros há cerca de um mês, durante a apresentação das demonstrações financeiras de 2018.
O CEO da Nossa Seguros, Carlos Duarte, sem especificar o que seria o incremento ideal, justificou a necessidade de se fazer esse aumento com a “inflação” e eventuais crises económicas, bem como “as volatilidades”.
Desde então, o VALOR tem colhido o entendimento dos outros operadores. Diferente da Bonws e Saham, grande parte das companhias recusa-se a emitir uma opinião oficial, mas em ‘off’ criticam a concorrente, acusando-a de pretender reduzir o número de empresas, face à incapacidade financeira de muitas.
A Bonws, no entanto, não só se declara favorável como reclama ser a primeira a propor o aumento de capital, numa altura em que “ninguém quis falar sobre esses assuntos”, segundo Luís Vera Pedro. O CEO da seguradora sugere, caso se avance com o aumento de capital, uma moratória de um ano para se acautelar os “interesses dos segurados, o funcionamento normal das companhias e a sustentabilidade do negócio”.
Luís Vera Pedro contraria a ideia de que o aumento de capital possa ´matar´ algumas companhias, sublinhando que muitas já não estariam a operar, caso se “fizesse a devida verificação técnica”. E, como exemplo, cita o facto de que muitas não apresentarem relatórios e contas, bem como o suporte de resseguro.
Por sua vez, Paulo Bracons, CEO da Saham, cujos accionistas fizeram recentemente um incremento no capital de 2,5 mil milhões de kwanzas, corrobora com pretensão e defende que o aumento dará maior capacidade de retenção de risco a nível interno.
Para o CEO da Saham, um eventual aumento no capital não deverá precipitar o encerramento de concorrentes e aponta antes o “despreparo” como factor de abandono do mercado.
O capital mínimo actual é de 10 milhões de dólares, equivalentes a 3,2 mil milhões de kwanzas, o que já é elevado para muitas seguradoras.
JLo do lado errado da história