Bonws Seguros aguarda ‘break-even’ este ano
SEGUROS. Número um da seguradora antecipa ao VALOR em quanto devem fechar as contas de 2017, actualmente sob avaliação do auditor independente. E projecta já o anseio dos accionistas em atingir o ponto de equilíbrio ainda este ano. Seguro de saúde garantiu 75% na facturação do ano passado da entidade controlada pelo angolano Mário Franco.
Os accionistas da Bonws Seguros, entidade financeira criada há três anos, prevêem fechar as contas deste ano com o ‘break-even’, depois de terem contabilizado, em 2017, uma facturação acima de quatro mil milhões de kwanzas, avançou ao VALOR o presidente da sua comissão executiva, Luís Vera Pedro.
A contribuir para o desempenho da entidade, no ano passado e para a base da previsão de crescimento em 2018, está o seguro de saúde, produto que participa em mais de 75% na facturação da empresa, aliado ao seguro de acidente de trabalho.
“O ano 2017 foi extraordinário. Um ano formidável. Foi de confirmação daquilo em que a Bonws vinha a trabalhar desde 2015, criar soluções completamente adaptadas às necessidades da sociedade. Os resultados ainda estão a ser consolidados e verificados pela PricewaterhouseCoopres (PWC), mas tudo indica que fecharemos o ano em cima dos quatro mil milhões de kwanzas”, antecipou o gestor.
Luís Pedro sublinha que a companhia está em linha com a “normalidade do mercado segurador”, visto que, em regra, “as seguradoras só atingem break-even ao terceiro ano”.
Criada em 2015, a Bonws Seguros é detida maioritariamente pelo angolano Mário Franco e todo o capital é nacional. Sem agência e pontos de vendas, a seguradora conta com mais de seis corretores na distribuição dos seus serviços, um canal que, segundo Luís Pedro, ajuda na rentabilidade.
“Somos uma empresa que, ao contrário de muitas seguradoras, não trabalhamos o mercado massificado. Não temos agências abertas, não temos balcões de distribuição, não temos comerciais na rua. O nosso canal privilegiado é o corretor, que tem sido o grande apoio da Bonws”, explica para depois acrescentar que todos os clientes foram captados por via desses agentes.
Do grupo de corretores de seguros, apesar de trabalhar com todos, o gestor destaca seis, que, como sublinhou, “são os principais” do mercador nacional.
Contas em dia no resseguro
Por outro lado, Luís Pedro assegura que a Bonws não tem dívidas no resseguro, apesar da crise de cambiais que afecta o mercado e de que se queixa a maioria dos empresários nacionais. O gestor confirmou, por via de um telefonema, que, no dia do fecho da presente dição, 23, fez o pagamento de cerca de 500 mil de um total de um milhão de euros que tinha a pagar junto dos parceiros dos resseguros, esclarecendo que se encontram dentro do prazo para o pagamento da outra parte.
“Todo o primeiro semestre de 2017 e anos anteriores estão pagos. Hoje mesmo, acabámos de fazer o pagamento de cerca de meio milhão de euros, estando por pagar apenas 500 mil. Não há dívida”, sublinha o gestor.
Entretanto, várias seguradoras, até ao principio deste mês, manifestavam-se com dificuldade de honrar os compromissos com os parceiros internacionais, devido a dificuldades no acesso a divisas. “A Saham, enquanto companhia que tem uma grande presença em seguros de cariz mais técnico, tem tido muitas dificuldades no pagamento de resseguro. Estamos a priorizar, ao máximo, todos os pagamentos, utilizando (com dificuldade) algumas (poucas) reservas em moeda estrangeira que temos, e potenciando os pagamentos de sinistros de resseguro, que são feitos em moeda estrangeira pelos resseguradores, para efectuar os pagamentos mais prioritários”, adiantou, por exemplo, em Janeiro, o PCA da seguradora, Paulo Bracons, segunda maior entidade seguradora nacional medida por quota de mercado a seguir à ENSA. Em finais do ano passado, a Agência de Regulação e Supervisão dos Seguros (ARSEG) prometeu intervir junto do Banco Nacional de Angola (BNA).
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